Alunas da Etec criam móveis com a cara de São Paulo

Três diferentes gerações que encontraram no mesmo espaço a profissionalização

qua, 01/07/2009 - 18h15 | Do Portal do Governo

Criatividade, contornos e cores. Elementos do design que harmonizam nossas roupas e até mesmo nossas casas. No curso técnico de Design de Móveis da Escola Técnica Estadual (Etec) Guaracy Silveira, em Pinheiros, alunos aprendem como desenhar móveis que vão além da marcenaria.

Imagine uma espreguiçadeira com as curvas do Edifício Copan, um revisteiro no formato do MASP e uma mesa de centro com as janelas  do Hotel Unique. Difícil? Não para as alunas Carla Barbosa, Érika do Prado e Íris de Oliveira e para o professor Daniel Candia.

Tudo começou com um projeto para uma feira na Etec. Influenciados pela formação em arquitetura do professor, o grupo produziu móveis com formas de edifícios da capital. A espreguiçadeira simula o S do Edifício Copan. Vermelho, cor ícone do museu, o revisteiro Masp aproveita sobras de marcenaria. Dois hotéis foram homenageados: a luminária-mesa Unique – recicla madeira de construção, e as  luminárias Hilton são de aço, acrílico e madeira. Todos finalistas da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) da Escola Politécnica da USP.

“Vemos como o curso ajudou na nossa formação e nos estimulamos para próximos projetos”, diz Carla Barbosa, 39, que já vende a espreguiçadeira na marcenaria que tem com o marido há 5 anos. Carla é formada em Design de Interiores e descobriu o curso ao fazer as inscrições de seus filhos. Na Etec, especializou-se em design de móveis, área com muita procura no mercado, mas pouca divulgação.”Com o boom mobiliário, o designer de móveis se sobrai, pois possui conhecimento de marcenaria com concepção artística”, diz o professor.

Para aprender, madeira e maquinário, mas também softwares, história, arquitetura, trabalho com plástico, metal e recicláveis, e até princípios de física. Além de produzir, os alunos aprendem a comercializar os produto. “Formamos um profissional amplo, que possa trabalhar em uma grande empresa ou abrir um negócio”, conta Candia.

Para a caçula do grupo, Íris, 17, as aulas e o projeto confirmaram suas ambições. “É incrível ver os desenhos no papel e depois prontos. É uma enorme satisfação. É isso que quero fazer”, diz a garota, que sonha em ser arquiteta. No caso de Érika, 26, o lazer virou objetivo profissional. Ela já programa outro curso da Etec, Design de Interiores, e uma faculdade. “Vejo diferença até no tratamento que recebo, minha vizinha vem me pedir palpite sobre a decoração da casa”, conta a jovem.

“Uns já são marceneiros e buscam especialização, outros vão trabalhar para grandes marcas de móveis ou até viram autônomos, mas todos se tornam especialistas”, diz o professor.