Alimentos comprados na praia exigem atenção

É o que alerta bióloga do Instituto de Tecnologia de alimentos

sex, 01/02/2008 - 18h16 | Do Portal do Governo

Feriado prolongado é sinônimo de grande demanda pelos produtos alimentícios comercializados nas praias, nem sempre com condições de higiene e conservação adequadas. Por isso, os cuidados dos consumidores devem ser redobrados. É o que alerta a bióloga Neliane Ferraz de Arruda Silveira, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.

Embora os riscos de contaminação não fiquem restritos a uma região ou época do ano, a praia se transforma em um “campo minado” no que se refere a contaminações microbiológicas.

Sinais de alerta

Entre os microorganismos que podem provocar doenças e se destacam nesse cenário estão as bactérias Salmonella sp – encontradas principalmente em alimentos de origem animal, maioneses caseiras, pratos à base de ovos; Sthaphylococcus aureus – presentes normalmente nas mucosas nasais humanas, feridas e alimentos contaminados por manipulação inadequada; Bacillus cereus –encontradas no solo, em vegetais (especialmente, cereais), tanto em alimentos crus como processados.

Os sintomas ocasionados por eles vão de náuseas a meningite, passando por infecções gastrointestinais e diarréia. Mais preocupantes são os casos em que populações com imunidade mais baixa, como crianças e idosos, são afetadas.“E, muitas vezes, as pessoas não procuram os postos de saúde por considerarem que é ‘apenas uma dor de barriga’. Mas, nos casos das populações vulneráveis, é aconselhável procurar atendimento médico. Além disso, é importante notificar, porque não temos dados oficiais em nosso País”, explica Neliane.

O que observar

Para a bióloga, a falta de higiene e refrigeração são os principais “vilões” da segurança alimentar. Assim, como dica geral, recomenda sempre observar o local da compra, verificar se há moscas, outros insetos ou animais que indiquem a presença de lixo orgânico. Ela enumera os focos de perigo:

• ostras e camarões: normalmente não são bem cozidos, têm muitas bactérias, podendo transmitir a toxinfecção alimentar. Podem conter de salmonelas ao vibrião colérico, dependendo da higiene do lugar;

• milho cozido: é comum ser consumido com manteiga. Mas, muitas vezes, a manteiga não é mantida em refrigeração na praia. Principalmente em uma temperatura acima de 30 graus, é recomendável comer o milho com um pouco de sal e evitar o uso da manteiga;

• sorvetes: preferir os de marcas conhecidas, devido ao risco de os artesanais terem sido feitos com água contaminada. Há bactérias que resistem ao congelamento;

• gelo: tomar cuidado com o local em que será adquirido. Há igualmente a possibilidade de a água estar contaminada e transmitir doenças;

• água “mineral”: há pessoas que enchem a embalagem com água de torneira, colocam o rótulo e vendem. Só há garantias quando a garrafa é comprada lacrada e de uma mineração conhecida;

• salgado frito: alguns lugares utilizam gordura velha para fritura. E, nela, pode haver toxinas acumuladas. Além disso, a fritura é altamente calórica;

• tomar cuidado com alimentos que ficam muito tempo sem refrigeração.

Maionese, molhos e queijos, por exemplo, podem ter desenvolvimento de bactérias relevantes em saúde publica.“Diante de tantos riscos, é preferível levar o que for consumir. Se não for possível, o consumidor deve escolher bem, preferindo locais idôneos e limpos”, defende Neliane.

O consumidor pode observar, ainda, se o comerciante possui algum comprovante de fiscalização pelo órgão de higiene do município. “São atitudes que podem evitar que momentos de prazer se transformem em problemas de saúde”, argumenta a bióloga.

 

Da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento / Com informações do Ital

(I.P.)