Alimentação com baixas calorias pode proteger contra doenças

00A quantidade de calorias que uma pessoa consome influencia diretamente o funcionamento de diferentes células. Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) tem mostrado como refeições menos […]

ter, 12/02/2019 - 16h59 | Do Portal do Governo

00A quantidade de calorias que uma pessoa consome influencia diretamente o funcionamento de diferentes células. Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) tem mostrado como refeições menos calóricas têm um efeito protetor contra algumas doenças.

Os estudos foram conduzidos no âmbito do Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP.

“Buscamos olhar como alterações na dieta afetam o metabolismo e como isso acaba alterando a chance de ter doenças associadas à idade”, disse Alicia Kowaltowski, professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP).

Um dos experimentos do grupo, feitos com camundongos, mostra como uma dieta menos calórica pode proteger o cérebro da morte de neurônios associada a doenças como Alzheimer, Parkinson, epilepsia e acidente vascular cerebral (AVC), entre outras.

Os animais foram divididos em dois grupos. Os pesquisadores calcularam quantas calorias em média um dos grupos que comeu à vontade consumia e ofereceram 40% a menos para o outro. Depois de 14 semanas, foi injetada nos camundongos dos dois grupos uma substância conhecida por causar convulsões, dano e morte de células neuronais.

Enquanto os animais do grupo que comeu à vontade tiveram convulsões, os que tiveram as calorias restritas ficaram bem.

Envelhecimento saudável

Kowaltowski ressaltou que entender o funcionamento do metabolismo é fundamental para prevenir e curar doenças metabólicas como a obesidade. É sabido que ser obeso é um dos piores fatores prognósticos quando se trata de um envelhecimento saudável.

“Pessoas obesas são muito mais propensas a várias doenças relacionadas à idade. Isso vai desde doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, passando por doenças proliferativas como câncer e as doenças metabólicas propriamente ditas, como diabetes tipo 2, hiperlipidemias, infarto, acidente vascular cerebral (AVC). Tudo isso tem maior incidência em pessoas obesas”, disse a pesquisadora.

Ao prevenir a obesidade, previne-se essas doenças. No entanto, a epidemia mundial não diminui mesmo com os constantes alertas sobre a necessidade de alimentação balanceada e da prática de atividade física.

“Por isso, se procurarmos entender os mecanismos em que a obesidade aumenta essas doenças, teremos outras ferramentas para combatê-las e preveni-las”, disse Kowaltowski.