Álcool e cigarro estão relacionados ao câncer de cabeça e pescoço

Tabaco e álcool apresentam algumas substâncias consideradas carcinogênicas

qui, 04/10/2018 - 17h22 | Do Portal do Governo

O consumo excessivo de tabaco e álcool está diretamente ligado ao risco de câncer de cabeças e pescoço. Quem indica a relação é a pesquisadora Suely Sakaguti, bióloga e membro da Comissão de Prevenção e Controle do Tabagismo da Faculidade de Saúde Pública da USP.

Suely explica que “tanto o tabaco quanto as bebidas alcoólicas apresentam algumas substâncias consideradas carcinogênicas”.

“O álcool, assim como o tabaco, tem uma relação expressiva com a doença. Cerca de 50% dos nossos pacientes são etilistas”, reforça o médico Marco Aurélio Kulcsar.

O câncer de cabeça e pescoço compreende um grupo de neoplasias classificadas por localização, em áreas diretamente envolvidas com as funções de fala, deglutição, respiração, paladar, olfato e outros.

Entre os sintomas manifestados estão: manchas brancas na boca, dor, lesão ulcerada ou com sangramento e cicatrização demorada, nódulos no pescoço presentes por mais de duas semanas, mudanças na voz ou rouquidão persistente e dificuldade para engolir.

Apesar do grande número de casos, o potencial de prevenção da doença é alto, devido a sua relação inerente com o tabagismo e etilismo. Medidas simples como não fumar e nem consumir bebidas alcoólicas em excesso, além de dar preferência a alimentos pobres em gordura e ricos em fibras, ajudam a evitar o desenvolvimento dos tumores.

Especialistas orientam também que as pessoas se habituem a examinar sua boca regularmente, já que, se detectadas na fase inicial, as neoplasias apresentam até 80% de chances de cura. “O diagnóstico precoce é sem dúvida um dos nossos aliados. Quando falamos em tratamento, enquanto um paciente com um tumor avançado chega a ficar até 10 dias internado depois da cirurgia, aqueles que apresentam casos iniciais podem receber alta em apenas dois dias, sem precisarem sequer passar pela radioterapia”, diz o médico.

Lei Antiálcool e Lei Antifumo

A Lei Antiálcool, em vigor desde novembro de 2011, proíbe que bares, restaurantes, lojas de conveniência, baladas, entre outros locais, não possam vender, oferecer e nem permitir a presença de menores de idade consumindo bebidas alcoólicas no interior dos estabelecimentos, mesmo que acompanhados de seus pais ou responsáveis maiores de idade.

“Em sete anos de vigência, a Lei Antiálcool paulista atuou como uma importante ferramenta para inibir o consumo de álcool pelos jovens, uma vez que quanto mais cedo a experimentação de bebidas alcoólicas se inicia, maiores são as chances de a pessoa desenvolver dependência química no futuro”, afirma Maria Cristina Megid, diretora da Vigilância Sanitária Estadual.

Desde 7 de agosto de 2009, quando a restrição de fumar em ambientes fechados de uso coletivo passou a vigorar em SP, 4.266 estabelecimentos comerciais já foram autuados por infringir a legislação que combate o tabagismo passivo, uma das principais causas de morte evitável segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).

“Há nove anos, a saúde dos paulistas têm sido beneficiada pela Lei Antifumo. Tanto a população quanto os comerciantes entenderam a importância de manter os ambientes livres de tabaco, como evidencia o elevado índice de cumprimento da legislação”, afirma a diretora da Vigilância Sanitária Estadual, Maria Cristina Megid.