Alckmin inaugura pavilhão de trabalho na Penitenciária de Hortolândia

Dos 900 detentos da penitenciária de Hortolândia 720 trabalham, diminuindo a pena em um dia a cada três trabalhados

seg, 05/03/2001 - 14h46 | Do Portal do Governo


Dos 900 detentos da penitenciária de Hortolândia 720 trabalham, diminuindo a pena em um dia a cada três trabalhados

O governador em exercício, Geraldo Alckmin, inaugurou na manhã desta segunda-feira, dia 5, um pavilhão de trabalho na Penitenciária 2 de Hortolândia “Odete Leite de Campos Critter”, na região de Campinas. Construído pela empresa Cisan, produtora de componentes para fabricação de elevadores, o espaço vai ampliar a oferta de formação profissional e de trabalho para os presidiários que ali cumprem pena. Inicialmente vão trabalhar trinta detentos, mas este número deve chegar a oitenta.

Na Penitenciária de Hortolândia, 720 dos 900 presidiários já trabalham. A oportunidade de emprego que a penitenciária oferece, segundo Alckmin, é possível graças ao empenho do Governo Mário Covas. ‘O Estado vem seguindo os bons exemplos que foram dados nestes seis anos por Covas. Ele voltou sua administração para o compromisso social e a responsabilidade com o povo de São Paulo. Por isso, conseguiu firmar parcerias como esta de Hortolândia, reafirmando também o respeito que sempre teve com o gasto do dinheiro público’.

Sobre a construção do pavilhão industrial o governador em exercício reforçou a importância da iniciativa privada participar de ações como esta da Cisan. ‘Este bom exemplo deve se multiplicar’, disse. Alckmin declarou também que os investimentos — como cursos profissionalizantes e emprego — feitos dentro de uma penitenciária tem a principal finalidade de oferecer ao detento oportunidades para sua reintegração futura à sociedade. Ele lembrou que, em seis anos, foram abertas 22 mil vagas e já começaram a ser construídos nove Centros de Ressocialização e o Centro de Detenção Provisória de Santo André. Cada um destes centros, construídos em anexo às penitenciárias, vai oferecer 200 vagas. A construção de cada unidade de ressocialização custará ao Governo do Estado R$ 3,5 milhões e o Centro de Detenção Provisória de Santo André, R$ 5, 5 milhões.
Para o secretário Nagashi Furukawa, da Administração Penitenciária, ‘o empreendimento da Cisan tem um significado especial, por estar acontecendo depois de uma rebelião no Estado’, referindo-se às 29 unidades prisionais que se rebelaram no último dia 18 de fevereiro.

Atualmente, cerca de 31 mil detentos trabalham nas unidades prisionais do Estado de São Paulo e 11,5 mil estudam. Para cada três dias trabalhados o preso tem sua pena reduzida em um dia. Eles ganham 75% do salário mínimo.

José Tomás Gomes dos Reis, diretor da Penitenciária 2 de Hortolândia lembrou que nunca foram construídas tantas vagas em presídios como neste Governo. ‘Esse trabalho é a forma mais eficaz de reintegrar os presos à sociedade, depois de cumprida a pena’.

O diretor comercial da Cisan Indústria Metalúrgica Ltda., João José Mucciolo Jr., disse acreditar que a fusão entre a iniciativa privada e o Governo é a única forma de reintegrar o preso. ‘Eles sairão daqui com uma profissão, para isso estão recebendo treinamento técnico e também orientações para evitar acidentes de trabalho. As informações estão sendo transmitidas em sala de aula dentro do presídio por funcionário especializado da Cisan’.

Mucciolo lembrou ainda que o mesmo trabalho que é realizado na indústria, sediada em Hortolândia, será feito no pavilhão da penitenciária. ‘Por isso, futuramente eles terão condições de competir no mercado externo, caberá à sociedade, no entanto, aceitá-los ajudando na reintegração destes indivíduos’.

Desde seu primeiro mandato, a administração Mário Covas vem realizando um programa de ampliação do sistema penitenciário sem precedentes não só em São Paulo como em todo o mundo. Apenas a França e a China fizeram programa similar em tão curto espaço de tempo. Foram inauguradas 24 penitenciárias (22 em regime fechado, três em semi-aberto) e seis Centros de Detenção Provisória (CDP) em todo o Estado, que acrescentaram 25.644 vagas nas prisões apenas nos seis anos da gestão Mário Covas. Em mais de um século, desde a Proclamação da República, em 1889, até 1994, tinham sido criadas um total de 21.902 vagas.

Os CDPs foram projetados para desafogar os distritos e cadeias públicas. Já estão em funcionamento as unidades de Osasco I e II, Campinas, e, na Capital, Vila Independência e Chácara do Belém I e II, construídas com recursos do Governo do Estado. Os seis CDPs permitiram a desativação de 20 distritos policiais na Capital, dois em Campinas, e as cadeias públicas de Osasco e Cotia.