Alckmin inaugura monumento ‘A Cultura Democrática em São Paulo’

O governador Geraldo Alckmin inaugurou na manhã desta sexta-feira, dia 11, o monumento A Cultura Democrática em São Paulo, construído na Assembléia Legislativa em homenagem ao ex-governador Franco Montoro e a seus ideais.

O monumento tem aproximadamente oito metros de altura e sete metros de base. Na escultura de concreto foram colocadas seis placas de bronze que ilustram os fatos mais marcantes do político brasileiro. Sobre a coluna central, destaca-se a figura do governador Franco Montoro também em bronze. “Os pensamentos de Franco Montoro que hoje, em bronze, ficaram aqui, sempre irão ecoar para alertar e denunciar as ditaduras, as discriminações, os preconceitos e, principalmente, para anunciar a construção de uma sociedade mais justa e fraterna”, destacou Alckmin. O monumento foi construído com doações de pessoas físicas e empresas, utilizando-se de benefícios da Lei Rouanet, resultado do projeto apresentado pela Associação de Cultura Democrática Paulista e aprovado pelo Ministério da Cultura.

O governador disse ainda que “a família hoje cresceu, porque todos nos sentimos parte da família. Nós que tivemos o privilégio de conviver com o governador Franco Montoro, homem sempre à frente do seu tempo, absolutamente coerente entre aquilo que pensava, falava e a forma como agia.” Durante a cerimênia, que contou também com a participação de D. Lucy Montoro, o secretário de Estado da Economia e Planejamento, André Franco Montoro Filho, agradeceu a homenagem a seu pai e lembrou uma frase dele que considera bastante atual: “Seria importante que a política não fosse uma cosa nostra mas que se transformasse numa res publica, em uma república”.

O presidente Fernando Henrique Cardoso foi representado pela primeira dama Ruth Cardoso, que disse em seu discurso que “Franco Montoro compreendia os direitos sociais, não como uma benesse do Estado, como rezava a tradição Varguista, mas como um resultado da participação política como um degrau a mais na expansão da cidadania”.

Walter Feldman, presidente da Assembléia Legislativa, afirmou que uma das extraordinárias características do ex-governador foi ter compreendido o papel e a condição da mulher. “Foi ele que pensou, idealizou e colocou na prática políticas públicas para que a mulher tivesse, de maneira conseqüente, o seu papel na sociedade brasileira.” Feldman enfatizou que Montoro faz muita falta e que ele, visto por muitos como um sonhador necessário, compreendia que nós começávamos a construir a realidade na medida em que houvesse uma ação coletiva. “Nós sabemos que se a razão é que faz o homem, é exatamente o sentimento, que o conduz para a prática de seus sonhos e ideais”, concluiu.

Alckmin lembrou que o governador Mário Covas dizia que Montoro não conjugava o verbo no passado, não conjugava no pretérito nem mais que perfeito nem imperfeito, ele conjugava o presente com o amanhã, um homem de fé, de esperança, otimista, sempre trabalhando pelas causas que acreditava.

A Associação de Cultura Democrática Paulista planeja construir um outro monumento em memória ao ex-governador Mário Covas. A intenção é lançar um concurso, no qual artistas plásticos apresentem seus projetos. O local da obra ainda não foi escolhido.

Gláucia Basile