Alckmin desativa carceragem do 40º Distrito Policial na Zona Norte da Capital

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qui, 19/04/2001 - 16h49 | Do Portal do Governo


Durante o evento, governador falou sobre o fim do seqüestro da filha do diretor da Casa de Custódia de Taubaté

O governador Geraldo Alckmin derrubou nesta quinta-feira, dia 19, as grades da carceragem do 40º Distrito Policial, em Vila Santa Maria, no bairro do Limão, Zona Norte da Capital. O ato marcou a desativação da carceragem da delegacia que tinha capacidade para abrigar 30 presos e estava com 150. Os detentos foram transferidos ao longo da semana passada para os Centros de Detenção Provisória do Belém e de Osasco.

Após o evento, o governador anunciou o fim do seqüestro da médica Eulália Rodrigues Pedrosa de Almeida, filha do diretor da Casa de Custódia de Taubaté, José Ismael Pedrosa. Ela foi seqüestrada na última terça-feira, dia 17, por volta das 14h30, em seu consultório em Taubaté.

A polícia localizou o cativeiro onde Eulália estava sendo mantida na Baixada Santista por volta das 8 horas da manhã desta quinta-feira. Eulália passa bem. ‘Ela foi libertada ilesa, foi salva com vida. Não houve nenhuma negociação, não houve nenhum entendimento. Eram chantagens absurdas, a polícia estourou o cativeiro, libertou a seqüestrada e prendeu os seqüestradores’.

Alckmin reiterou que o Governo não transigiu às chantagens. ‘A polícia agiu com eficiência, com competência. Não houve negociação. Eram chantagens absurdas’, informou. O governador disse que é possível que os seqüestradores sejam membros do PCC, a facção Primeiro Comando da Capital.

Questionado sobre a questão a segurança dos diretores de penitenciárias e seus familiares, Alckmin disse que este assunto está sendo tratado pelas secretarias de Segurança Pública e da Administração Penitenciária.

Reforma no sistema penitenciário

O Governo do Estado está fazendo uma grande reforma no sistema penitenciário. Alckmin exemplificou com a construção de novas penitenciárias, dos Centros de Detenção Provisória e a desativação da Casa de Detenção do Carandiru. O governador ainda disse que a penitenciária de segurança máxima de Taubaté continua e que o Governo está construindo outra em Presidente Bernardes.

Alckmin explicou que a desativação de carceragens como a do 40º DP, na Zona Norte, só é possível por conta dessa reforma no sistema penitenciário. O secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública, Mário Papaterra Limongi, disse que a partir de agora os presos que forem autuados naquela região serão levados para o CDP do Belém. ‘O que nós estamos fazendo é a consequência de um trabalho de desativação dos distritos policiais. Este distrito tinha um grande problema de fugas’. O secretário afirmou que a construção de cada CDP desativa sete distritos policiais. Há hoje no Estado seis Centros de Detenção Provisória: dois em Osasco, um em Campinas, e na Capital, um no bairro Vila Independência, e dois no Belém. Cada CDP custou ao Governo R$ 5,5 milhões, totalizando mais de R$ 30 milhões, e conta com 768 vagas. Dispõe de ambulatório, setor odontológico, farmácia e parlatório.

Encontra-se em processo de licitação a construção de outros CDPs: dois em Guarulhos, um em Campinas, um em São Vicente e outro em Taubaté. Limongi disse que já foram localizadas novas áreas na Capital e na Grande São Paulo para a construção de mais Centros. Um no Sacomã, região do Ipiranga, e dois em Osasco.

Para resolver definitivamente o problema dos presos na Capital, o Governo do Estado precisa receber do Governo Federal os R$ 80 milhões prometidos do Fundo Penitenciário (Funpen) e instalar mais 12 CDPs para esvaziar todas as carceragens da Capital. Os Centros de Detenção Provisória foram projetados para abrigar presos provisórios, ou seja, aqueles que aguardam julgamento, desafogando assim os distritos e cadeias públicas.

Mais segurança aos moradores

O delegado titular do 40º Distrito Policial, Guilherme Zeglio Neto, disse que a retirada dos presos deixará os moradores do Limão mais tranqüilos e os policiais poderão dar um melhor atendimento à população, pois usavam parte de seu tempo tomando conta dos detentos. ‘Nós não tomávamos só conta dos presos. Tínhamos que medicar, levá-los aos prontos-socorros, ao dentista, resolver brigas entre eles e até questões familiares. Além de fazer a manutenção das celas quando eram destruíam em brigas’, conta.