Alckmin abre Campanha Nacional de Multivacinação

Hoje, 9 de junho, é o dia da Primeira Fase da Campanha Nacional de Multivacinação, criada para imunizar crianças de zero a cinco anos contra diversas doenças, especialmente a poliomielite.

Em São Paulo, a campanha foi aberta pelo governador Geraldo Alckmin, que aplicou a vacina no menino João Pedro Cirelli Bartorelli, de um ano e um mês, no Sesc Pinheiros, Zona Oeste da Capital. o ‘Zé Gotinha’ também estava lá para animar a criançada.

“É muito importante participar da Campanha de Vacinação. No Brasil, a poliomielite está erradicada desde o final da década de 90, mas a idéia é acabar com a doença no mundo”, afirmou Alckmin, acrescentando que enquanto houver algum reduto da doença no mundo, o Brasil continuará vacinando. Atualmente, ainda existem focos da poliomielite na África e Ásia.

A campanha também atualiza a administração das demais vacinas (BCG, DPT, hepatite B, haemophilus, sarampo e tríplice viral: sarampo + caxumba + rubéola). As doses estão disponíveis nos postos de saúde e devem ser aplicadas em crianças que estiverem em situação de atraso. Neste ano, mais de 70 mil profissionais estão atuando em 15 mil postos de imunização em todo o Estado.

O secretário estadual da Saúde, José da Silva Guedes, fez um apelo à imprensa para que conclame a população a participar da campanha que vai até as 17 horas deste sábado. Guedes disse ainda que nessa faixa etária, menos de cinco anos, existem três milhões e quinhentas mil crianças. Segundo ele, neste ano a vacinação deve atingir 100%, superando os 95% registrados em 2000.

Para atender toda a população, estão sendo distribuídas cinco milhões de doses de vacina contra a poliomielite, 250 mil doses contra o sarampo, 470 mil doses da tríplice viral, 540 mil doses de DPT (difteria, coqueluche e tétano), 360 mil doses contra hepatite B e 440 mil doses contra haemophilus (que previne a meningite B).

A grande meta dessa campanha é a erradicação mundial da poliomielite, prevista para 2005. Esse objetivo foi estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1988, quando teve início a batalha contra a poliomielite em todos os continentes. O primeiro resultado foi verificado com a redução do número de casos registrados de 350 mil para apenas 7.030 nos primeiros dez anos de campanhas de massa. O fator mais importante para manter a meta é o compromisso internacional, indispensável para a viabilização deste desafio global.

Como lembrou o governador, a poliomielite está erradicada no Brasil desde 1990, com os últimos isolamentos do vírus selvagem feitos no mesmo ano nos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. Em outubro de 1994, o Brasil recebeu o Certificado de Erradicação da Transmissão do Poliovírus Autóctone Selvagem, atribuído pela Comissão Internacional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite.

Em São Paulo, está sendo desenvolvido um Plano de Erradicação do Sarampo, doença de fácil tratamento mas que, em crianças desnutridas, pode ser fatal ou causar sérias seqüelas. O plano é baseado na vacinação contra o sarampo, seguindo a estratégia recomendada pela Organização Panamericana de Saúde (Opas).

Para a erradicação do sarampo é necessário que as coberturas vacinais sejam elevadas (acima de 95%) e homogêneas, isto é igualmente altas em todas as localidades, evitando que se acumulem os chamados “bolsões de suscetíveis”, grupos de crianças não vacinadas que podem contrair e espalhar o vírus, causando endemias ou epidemias.

O governador alertou os pais para que levem a carteirinha de vacinação da criança, pois, caso não tenham recebdi alguma dose contra outras doenças, poderá ser atualizada.

Ercília Della Méa / Gláucia Basile