Agricultura: Saldo da balança do agronegócio paulista alcança US$ 10,15 bilhões em 2006

Superávit foi 27,4% maior que o registrado em 2005

ter, 16/01/2007 - 17h15 | Do Portal do Governo

O bom momento do agronegócio paulista está refletido nos números finais da balança comercial do setor em 2006. Os dados mostram crescimentos maiores de saldos  e reflexos positivos na economia paulista geral. As exportações crescentes, 25,4% a mais que em 2005, atingiram US$ 14,74 bilhões, enquanto as importações aumentaram 21,4%, somando cerca de US$ 4,59 bilhões. Este quadro favoreceu o desempenho da  balança comercial geral do estado registrando um saldo de US$ 8,86 bilhões, com exportações em US$ 45,93 bilhões (33,4% do total nacional), e as importações US$ 37,07 bilhões (40,6% do total nacional). O estudo é do Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

As aquisições de produtos estrangeiros relacionados ao agronegócios, realizadas a partir de São Paulo, tiveram comportamento similar, 21,4% a mais que 2005 que as importações totais estaduais (+21,5%). Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores – exclusive os agronegócios – somaram US$ 32,48 bilhões para exportações de US$ 31,19 bilhões, gerando um déficit externo, desse agregado, de US$ 1,29 bilhão de janeiro a dezembro de 2006. Disso conclui-se que os superávits do comércio exterior paulista continuam a depender do desempenho dos agronegócios estaduais.

Para o secretário de agricultura e abastecimento, João Sampaio, este desempenho do agronegócio paulista deve-se ao momento favorável dos principais produtos paulistas: cana, café e citros. “Os preços internacionais do açúcar, do suco de laranja e café e a demanda de álcool interna e importações crescentes do combustível nos deixa um pouco a margem da crise agrícola brasileira, a qual está centrada em grãos. Mas isto não significa que o agricultor e o setor de máquinas, serviços e insumos de São Paulo não sofra”, afirma Sampaio. Ele mostra que a variação percentual de preços nas exportações do agronegócio foram de 26,4% positivos comparado a 2005, enquanto que no Brasil foi de 11,9%.

“Esta performance brasileira acaba refletida aqui, devido à indústria de máquinas e implementos, insumos e o próprio poder de agregação da indústria paulista”, afirma Sampaio. O pesquisador do IEA, José Sidnei Gonçalves mostra que cerca de 56,1% do valor das exportações brasileiras do setor no ano passado corresponderam, em nível nacional, a produtos industrializados (manufaturados e semimanufaturados) e 43,9% de produtos básicos. No Estado de São Paulo, os produtos básicos representam apenas 17,4% e a participação de produtos industrializados se mostra muito maior – 82,6%.

Espelhando a performance da cana no Estado, que corresponde a 45,5 % do valor bruto da produção agropecuária, isto é, o que se produz dentro das porteiras, os seus derivados agora são o principal item na pauta das exportações paulistas, ultrapassando bovinos, a exemplo do que acontece desde o ano passado. Os cinco principais agregados de cadeias de produção foram: cana e sacarídeas (US$ 5,65 bilhões), bovídeos (US$ 2,75 bilhões); frutas (US$ 1,57 bilhão), produtos florestais (US$ 1,55 bilhão) e bens de capital e insumos (US$ 0,80 bilhão), que juntos perfazem 83,6% das exportações setoriais paulistas.

Em âmbito nacional, os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos agronegócios foram: cereais / leguminosas / oleaginosas (US$ 10,27 bilhões); produtos florestais (US$ 8,19 bilhões); cana e sacarídeas (US$ 7,80 bilhões), bovídeos (US$ 7,69 bilhões) e suínos e aves (US$ 4,55 bilhões), que no conjunto totalizam 74,0% das vendas externas dos agronegócios.

O estudo completa está divulgado no site do IEA: www.iea.sp.gov.br.

Da Secretaria da Agricultura