Profissionais avaliam desenvolvimento de novas variedades da fruta e orientam uso de defensivo com cautela contra pragas que atacam o cultivo
Quatro pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio auxiliam bananicultores do Médio Paranapenema, na região oeste do Estado. Em pouco mais de 7 meses de atuação, os estudiosos detectam os primeiros resultados: receptividade e aumento de interesse dos produtores no cultivo da fruta.
A atuação destes profissionais na região – a 5ª maior produtora de bananas do Estado de São Paulo – abrange a avaliação e desenvolvimento de novas variedades da fruta, auxílio e orientações fitossanitárias (pragas e doenças), sistemas de irrigação, análise da cadeia produtiva da banana, diagnóstico do perfil socioeconômico dos produtores e agregação de valor ao produto.
Para Adriana Novais Martins, pesquisadora científica da Apta Regional do Médio Paranapanema, os levantamentos realizadas no Médio Paranapanema auxiliarão os agricultores com a transferência de conhecimento tecnológico e geração de emprego. A Sigatoka Amarela e Negra são as principais doenças que contagiam a cultura e podem destruir toda a plantação. “Orientamos os bananicultores a usarem defensivos com cautela para evitar gastos desnecessários e em momentos errados. Dessa forma, não haverá prejuízo ao meio ambiente”, explica Adriana.
40 municípios
Monitoramento ambiental – Antes da intervenção desses profissionais, o agrotóxico era empregado apenas no Vale do Ribeira e em Santa Catarina, também produtores da fruta. A região do Médio Paranapanema tem 40 municípios, que vão de Avaré a Pedrinhas Paulistas. Melhorar a produtividade, promover monitoramento ambiental, ampliar a lucratividade do produtor (aliando qualidade e quantidade do produto no mercado) são os principais objetivos da atuação dos pesquisadores na região.
Quem cultiva banana e ainda tem dúvidas deve procurar os pesquisadores na sede da Apta Regional, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. “Não oferecemos consultoria rural”, frisa a estudiosa, destacando que a orientação dos profissionais da agência é baseada em resultados de pesquisas. Quando não há estudo sobre determinado assunto, o trabalho é iniciado. Dependendo da situação, o bananicultor é encaminhado para as Casas de Agricultura.
Adriana disse que ainda não é possível mensurar os resultados do estudo, “mas em pouco mais de um ano isso será possível”. Entretanto, desde que os pesquisadores começaram a atuar no Médio Paranapanema, observou crescimento da visita dos agricultores na sede da Apta: “Nos dois primeiros meses do trabalho, eram realizadas dez consultas/mê. Hoje, esse número é quatro vezes maior”.
Agricultores familiares
“Apesar de relativamente nova, a bananicultura do Médio Paranapanema trabalha com variedades: Maçã Bahia e a Caipira, pertencentes ao subgrupo Maçã, a Willians, a Grand Naine, a Nanicão Jangada, a Nanicão, e IAC 2001, diversidades do subgrupo Cavendish”, afirma a pesquisadora. Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), o cultivo da banana na região é feito por agricultores familiares, em áreas com até seis hectares. Utilizam, em média, um funcionário permanente por hectare e três trabalhadores temporários durante a colheita.
De acordo com a segunda estimativa de safra de verão de São Paulo, baseada em levantamento realizado em novembro pelo IEA e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ambos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, a produção de bananas 2005/2006 deve alcançar cerca de 1,12 milhão de toneladas em área de 56,3 mil hectares. Segundo dados, a Região do Vale do Ribeira é responsável por cerca de 70% das bananas do Estado, a maior fatia da produção paulista da fruta. O Médio Paranapanema, com área de 2,2 mil hectares e produção de 42 mil toneladas, ocupa a 5ª colocação e responde por cerca de 4% da produção da fruta no Estado.
Serviço
Apta Regional Médio Paranapanema
Rodovia SP-333 Assis/Marília – km 397 – Assis – SP
Tel. (18) 3321-2026
Viviane Gomes
Da Agência Imprensa Oficial
