O Instituto de Pesca do Estado e o Escritório para Assuntos Econômicos do Chile no Brasil (ProChile) realizaram seminário para debater o desenvolvimento atual e perspectivas futuras do pescado nos dois países. Foram também discutidos prováveis acordos de parceria entre o governo paulista e o ProChile, pois a nação vizinha detém reconhecida tecnologia na produção de peixes, principalmente o salmão. Pelo Estado de São Paulo, um dos participantes do evento foi o diretor do Instituto de Pesca, Edison Kubo. Do lado chileno, falaram a cônsul-geral em São Paulo, Cecília Gallardo, e Ricardo Moyano, adido para assuntos econômicos do Chile no Brasil.
O seminário ocorreu durante a 3ª Seafood Expo Latin América – Feira Internacional de Pescados, realizada no mês de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. O Chile enviou 12 empresas do setor aqüícola ao evento. De acordo com Kubo, desde o ano passado há entendimentos com o ProChile para atividades conjuntas no setor. Avisa que em breve será assinado termo de cooperação entre as duas instituições. “Vamos adaptar as técnicas chilenas para a produção de pescado de água doce e salgada no Estado”, revela. Entre os peixes criados no Brasil, especialmente para o comércio, está a tilápia, de água quente e doce. No mar, a produção fica por conta de ostras e mexilhões. Há também trutas criadas nas cidades paulistas da Serra da Mantiqueira, graças ao clima frio e ameno da região.
O Brasil produz 280 mil toneladas/ano de pescados. Desse total, 66% são peixes, 28% crustáceos e o restante, moluscos. O Estado de São Paulo responde por aproximadamente 10% da criação nacional. Um dos itens de exportação é o filé de tilápia, vendido aos Estados Unidos e Europa. “Porém, nossos números ainda são tímidos e por isso precisamos de acordos tecnológicos para ampliar a produção”, justifica Edison Kubo.
Made in Chile
Há 20 anos, quando a salmonicultura (criação de salmões) dava seus primeiros passos no Chile, era difícil projetar a importância que a atividade teria na economia do país. Hoje, a produção chilena ocupa a segunda posição no ranking mundial, depois da Noruega. A publicação Informe Sectorial de Pesca y Acuicultura de la Subsecretaría de Pesca informava, no final do primeiro semestre de 2005, que as exportações pesqueiras chilenas alcançaram US$ 1,45 milhão, que representa crescimento de 14,9% na comparação com o valor registrado em junho de 2004. O aumento é maior que o observado no qüinqüênio 2001-2005 e 37,1% superior à média do período 2000-2004.
Otávio Nunes
Da Agência Imprensa Oficial
