Agricultura cria sistema para preservar plantas usadas em pesquisas científicas

Estufa protege plantas de pragas, intempéries climéticas e até do ataque de formigas

ter, 27/10/2009 - 12h00 | Do Portal do Governo

O Instituto Agronômico (IAC) inaugurou na segunda-feira, 26, o Sistema Protegido do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de citros do Centro de Citricultura “Sylvio Moreira”. Durante a cerimônia de inauguração, o centro, que tem a maior coleção de citros do mundo, recebeu o certificado da ISO 9001:2008 relacionada à Gestão de Qualidade. 

O BAG é uma coleção de plantas vivas usadas nas pesquisas que visam promover o melhoramento genético vegetal. A partir dessa coletânea, é possível identificar as características agronômicas e comerciais desejáveis e então, por meio de cruzamentos, desenvolver variedades de citros com melhor resistência a pragas e doenças, sabor, cor e aroma apreciados pelos consumidores, bem como “tempo de prateleira” que atenda à necessidade do comércio. 

Para preservar a coleção que reúne cerca de 1.700 plantas, foi construída uma estufa de 2.400 metros quadrados, onde será possível abrigar aproximadamente 30% da coleção. A obra foi feita com recursos do Governo com investimentos da ordem de R$ 260 mil. Com a estufa, o objetivo é proteger as plantas de pragas e doenças, intempéries climáticas e até do ataque de formigas. São feitas cópias das plantas, que são preservadas num local apropriado. É como se fosse um backup vegetal. 

Em geral, plantas perenes, como a laranja, não são mantidas em estufas – elas permanecem em campo aberto. Porém, os técnicos adotaram o sistema protegido para garantir os materiais indispensáveis à pesquisa agrícola e para combater as pragas que atingem o setor citrícola – em especial o greening. 

Segundo José Dagoberto De Negri, engenheiro agronômo do Centro de Citricultura, foram encaminhadas a essa primeira estufa as plantas mais velhas, de valor genético indispensável. “São clones velhos que não têm cópias em clone novo”, explica. Na estufa – onde cada exemplar fica em vaso de 65 litros – há materiais cítricos diversos (laranja, limão, tangerina, pomelo, laranja azeda, porta-enxertos, etc.). 

No Banco de Germoplasma, há três unidades de plantas de cada variedade colecionada. De acordo com De Negri, a pesquisa tem materiais preservados que os produtores nem conhecem. Mas, ressalta, essas plantas podem ser usadas no futuro no melhoramento genético. Outros dois telados ainda deverão ser implantados para abrigar todo o BAG.  

Segundo o engenheiro, as plantas utilizadas nas pesquisas estão sujeitas aos mesmos riscos que as cultivadas em propriedades particulares. O grande problema é que sem elas não há pesquisa, não há avanço, não há soluções para o setor produtivo. Por isso, o cuidado com o banco de germoplasma é de primeira necessidade.

Da Secretaria da Agricultura e Abastecimento