Adolfo Lutz e o instituto

26 de outubro de 1940. Esse dia marca a junção do Instituto Bacteriológico e do Laboratório Bromatológico

qui, 12/07/2007 - 15h10 | Do Portal do Governo

Vinte e seis de outubro de 1940. Esse dia marca a junção do Instituto Bacteriológico e do Laboratório Bromatológico, o que resultou no Instituto Adolfo Lutz, hoje reconhecido internacionalmente por sua competência.

Credenciado pelo Ministério da Saúde como Laboratório Nacional em Saúde Pública e Laboratório de Referência Macroregional, o Lutz atua nas áreas de análise bacteriológica e química, biologia médica e patologia. Também desenvolve pesquisas e trabalhos científicos e colabora na elaboração de normas técnicas, além de padronizar métodos de diagnósticos e organizar cursos de formação técnica e aperfeiçoamento.

O nome do Instituto é em homenagem ao médico sanitarista brasileira Adolfo Lutz, responsável pela identificação dos principais agentes transmissores da malária. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 18 de dezembro de 1855, Adolfo Lutz formou-se em medicina em 1879, tendo realizado, também, cursos de especialização nos principais laboratórios da França, Alemanha e Inglaterra. Retornando ao Brasil, estabeleceu-se na cidade de Limeira, onde clinicou durante seis anos. Recebeu convite do governo inglês para ocupar o cargo de diretor do Hospital Kalihi, no Havaí. Lá, realizou inúmeras pesquisas sobre a lepra. Trabalhou também na Califórnia, nos Estados Unidos. Em 1892 foi chamado pelo governo do Estado de São Paulo para dirigir o Instituto Bacteriológico, permanecendo no cargo até 1908.

A indicação de Lutz para a direção do Instituto Bacteriológico marcou o início da Microbiologia no Brasil. Desde os primeiros anos, o Instituto pôde intervir com grande impacto nas condições de saúde da população paulista, ajudando a controlar a difusão da febre amarela em quase todo o território do Estado, dominando uma epidemia de febre bubônica em Santos e combatendo o cólera e a febre tifóide que se alastravam na capital. Enquanto isso, o Laboratório Bromatológico atuava, junto aos órgãos da polícia estadual, no controle as fraudes e às contaminações de alimentos.

O Instituto Adolfo Lutz possui uma biblioteca com cerca de 50 mil publicações em diversas áreas da Saúde, além de um Centro de Memória, com um grande acervo de equipamentos. Conta ainda com onze laboratórios regionais, localizados nos municípios de Campinas, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Rio Claro, Bauru, Marília, Presidente Prudente e Taubaté, além de uma área de experimentação científica em Iguape.

Depois de se desligar do Instituto, a convite de Osvaldo Cruz, o médico Lutz assumiu a direção de um setor do Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos, mais tarde chamado Fundação Instituto Osvaldo Cruz, a Fiocruz, permanecendo nesse cargo até a morte, em 6 de outubro de 1940.