Foi renovado na última semana o convênio do Projeto Pintando a Liberdade entre a Secretária da Juventude Esporte e Lazer com a Secretaria da Administração Penitenciária através da FUNAP.
O projeto, que tem por objetivo a confecção de material esportivo com mão-de-obra de detentos do regime fechado, produziu em sua primeira etapa 115.600 itens atendendo mais de meio milhão de pessoas, com material esportivo de boa qualidade e de baixo custo, o que representa economia para o Estado, que pode atender as necessidades das prefeituras, entidades e ONGs.
Desde junho de 2004, quando da implantação do projeto, a Penitenciária Nilton Silva, de Franco da Rocha, não registra rebeliões. Os detentos que atuam no projeto recebem pelo trabalho, além de terem remissão de pena (3 por 1) e profissionalização.
São fabricados 14 itens de materiais esportivos (8 tipos e tamanhos de bolas; calções e camisetas; 3 tipos de redes e bonés), por mês são produzidos em média 5 mil bolas, 6 mil camisetas e 200 redes.
Com a renovação do convênio, que terá como novidade a confecção de 15 mil bonés, 145 mil itens devem ser produzidos, porém acredita-se que este número seja superado, como o foi na primeira etapa.
Ressociabilização
A ressociabilização dos detentos com o projeto é uma realidade. Um dos instrutores veio do Paraná e hoje é orientador aqui em São Paulo. André Augusto Mendes Custódio, em condicional há um mês, trabalhou no Pintando a Liberdade por um ano e meio, recebeu convite do Ministério dos Esportes para ser instrutor no Maranhão.
“Ter um instrutor que já tenha passado pela mesma situação, é um incentivo para quem está trabalhando”afirma André que vê o projeto como um instrumento de ressociabilização “além de pagar bem, e tem muito detento que sustenta a família com este dinheiro, a gente acaba aprendendo, crescendo profissionalmente o que nos proporciona opção para não cometer outro delito”, acrescenta.
Pintando a Liberdade
Inaugurado em 28 de junho de 2004 na Penitenciária Nilton Silva, em Franco da Rocha, o projeto Pintando a Liberdade é uma parceria do Ministério do Esporte em conjunto com a Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer. ‘
São Paulo pode ser considerado o carro chefe do projeto. É o estado que tem a maior produção de material esportivo e aproveita de 250 a 800 detentos na produção dos itens, confeccionados de acordo com normas técnicas garantido a qualidade dos produtos.
Criado em 1999, durante a gestão do Presidente Fernando Henrique Cardoso, o projeto tem por objetivo a confecção de material esportivo, como bolas de futebol de campo, de futebol de salão, de basquete, de vôlei, redes, bolsas e agasalhos esportivos, com a mão-de-obra de detentos do regime fechado.
O material produzido nas penitenciárias vinculadas ao projeto é distribuído em órgãos públicos como creches, escolas, quartéis das polícias militares, escolas técnicas, prefeituras e entidades que desempenham trabalhos sociais.
Entre os benefícios do projeto estão a remissão da pena dos detentos participantes, a profissionalização do interno e a produção de material esportivo de boa qualidade com baixo custo.
