Acidente em Congonhas: Diretor técnico do IML explica como é feita a identificação dos corpos

Simultaneamente aos primeiros exames dos corpos, são registrados todos os sinais particulares do indivíduo

sex, 20/07/2007 - 22h00 | Do Portal do Governo

O diretor técnico do Instituto Médico Legal, Carlos de Souza Coelho, explicou nesta sexta-feira, dia 20, quais são os procedimentos tomados pelos oitenta peritos que estão envolvidos na identificação das vítimas do acidente com o Airbus da TAM.

A primeira providência adotada pelos peritos é a identificação da causa da morte e o que a provocou. Simultaneamente aos primeiros exames dos corpos, são registrados todos os sinais particulares do indivíduo, como tatuagens, cicatrizes, piercings. Com o relatório feito, os especialistas definem qual é o método mais adequado para a identificação. De acordo com o especialista, ela pode ser realizada de três formas: primeiro tenta-se por impressões digitais; segunda opção utiliza o critério da antropologia, pela qual são relatados o sexo, a altura, idade provável, cor de olhos, cabelo e pele, além do estudo da arcada dentária; e a última opção é o DNA, que não é muito viável nesse caso porque o material para a análise deve estar em perfeitas condições. “Algumas vezes fazemos a associação desses métodos, não é obrigatório usar apenas um, porque tentamos de tudo”, disse o diretor técnico do IML.

Segundo Coelho, a probabilidade de identificação é muito alta, mas para isso é muito importante a ajuda da família. Antes mesmo de iniciarem os exames, os parentes das vítimas disponibilizaram todo o material que eles possuíam que ajudasse no trabalho dos peritos, como radiografias ou imagens da arcada dentária.

Coelho explicou que, por meio do material providenciado pelos parentes, o IML confere com os corpos estudados. Quando existe a necessidade de utilizar o critério da identificação por características genéticas, o DNA coletado é comparado com o DNA dos pais, filhos ou irmãos. “Nenhuma das pessoas identificadas até agora foi por meio do DNA”, informou Coelho. “Começamos sempre pela impressão digital porque ela é simples de colher e os resultados são mais rápidos”, esclareceu.

Por meio da realização de todos esses procedimentos, o diretor do IML disse que os corpos são identificados, mas é necessário cautela, sendo difícil estipular um prazo específico para o fim do trabalho. Terminada esta fase, o corpo é legitimado, sendo reconhecido juridicamente como indivíduo. “Confirmados os dados, a família recebe o corpo”, disse Coelho.Marília Taufic

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Segurança Pública

(R.A.)