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O Brasil dispõe de 31 centros de intoxicação, em 19 Estados. Em âmbito paulista, há nove deles, todos independentes. Estão ligados às escolas de Medicina, administrações municipais, fundações ou entidades particulares. Segundo o médico Anthony Wong, mesmo cidades onde existe centro às vezes ligam para o Ceatox. “Atendemos casos de Norte a Sul do País”, afirma.
Um dos motivos para isso é que o Ceatox integra uma rede internacional de centros similares. Por isso tem acesso a outros bancos de dados e à possibilidade de trocar experiências on-line com profissionais do Hemisfério Norte e, até mesmo, da Ásia. O centro está vinculado ainda a alguns sindicatos e entidades de classe, caso da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati), aos quais presta assistência.
O atendimento (gratuito, 24 horas por dia, todos os dias do ano) é feito por profissionais com experiência em toxicologia clínica. São 45 funcionários, 30 dos quais estudantes acadêmicos do 2º ao 4º ano dos cursos de Medicina e Farmácia da USP, que participam do atendimento, e 11 profissionais da área da Saúde, além de chefias e pessoal de apoio. Cada novo caso serve de aprendizado aos acadêmicos, além de compor o banco de dados do centro.
O Ceatox foi criado em 1991 para proporcionar a esses alunos experiência em casos relativos à intoxicação, por meio de curso de toxicologia clínica e assistência à população. Nenhuma faculdade de Medicina do País dispõe de curso formal de toxicologia clínica até o momento. O mesmo ocorre em relação aos cursos de Farmácia.
Indústria
Os usuários dos serviços se encaixam em três vertentes. Uma delas é formada por médicos que prestam atendimento em setores de emergência ou, mesmo, ambulatórios. Esses profissionais ligam para obter um diagnóstico ou confirmar determinada suspeita (em geral referente a substâncias químicas ou medicamentos), ou para conhecer os procedimentos adequados de tratamento. A segunda vertente é composta por parentes ou as próprias vítimas da intoxicação. Normalmente, é alguém em casa em busca do procedimento a adotar em relação ao filho que ingeriu uma substância ou medicamento.
Por fim, as indústrias: elas acionam o centro para resolver casos internos de intoxicação (funcionários que foram expostos a produtos químicos) ou problemas surgidos com os clientes (em razão da utilização dos produtos da empresa). O Ceatox é composto de um laboratório e sala para atendimento das ligações, ambos situados no prédio do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas. O laboratório, por exemplo, realiza análises toxicológicas em pacientes para esclarecimento diagnóstico em casos cuja causa de internação não foi determinada. O telefone do Ceatox é 0800 014 8110 e a ligação é gratuita.
Paulo Henrique Andrade
Da Agência Imprensa Oficial
(I.P.)
