A geoestatística permite inúmeras aplicações

Ela pode ser utilizada na estimativa do tamanho de cardumes (para a escolha de locais para a pesca)

ter, 26/06/2007 - 10h23 | Do Portal do Governo

A cada dia surgem novas aplicações para a geoestatística. Ela pode ser utilizada na estimativa do tamanho de cardumes (para a escolha de locais para a pesca), da quantidade de mosquitos de uma região (para saber onde intensificar controles de doença) e, até mesmo, do número de explosivos soterrados – caso dos encontrados na Europa, herança da Segunda Guerra Mundial.

Para o professor João Felipe Costa, especialista em geoestatística da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), um dos empregos mais freqüentes dessa técnica é para estimar teores (porcentagens) médios de diversos recursos (petróleo, ouro, ferro). Por exemplo, a porcentagem de ferro em determinada rocha (que contém fósforo, alumínio e sílica) pode ser estimada em aproximadamente 19%. Isso permitirá planejar qual a correta maneira de extrair esse ferro de uma mina e saber a quantidade disponível desse mineral.

A técnica possibilita medir a margem de erro de valores calculados para determinada área – o valor de ferro numa rocha existente em determinado local pode oscilar entre 18 e 20%, indicando margem de erro de cerca de 1% para mais ou para menos.

Ao contrário do que se pensa, a geoestatística não é uma estatística voltada à geologia. “Na verdade, é um ramo da estatística que estuda variáveis de comportamento regionalizadas”, afirma o professor Ricardo Azevedo, do Lapol.

O lançar de dados, por exemplo, não apresenta comportamento regionalizado, pois a chance de cair com a face seis virada para cima é a mesma, independentemente do local em que foi lançado. “Mesmo que em diversos outros pontos próximos existam vários dados com a face seis para cima, a chance de cair a face seis é a mesma das outras”, explica Azevedo.

Já o teor de ouro de uma jazida apresenta comportamento regionalizado. “Se em diversos pontos próximos alguém encontrar alto teor de ouro, a chance de outra pessoa também encontrar é maior”, salienta o pesquisador.

A geoestatística depende de uma quantidade muito grande de cálculos e tem-se beneficiado do avanço da capacidade de processamento dos computadores nos últimos anos, o que vem permitindo a sua difusão.

A técnica surgiu na mineração. Um dos setores que mais a utiliza é o de petróleo. Embora faça uso crescente dela, a mineração ainda caminha um pouco atrás do setor petrolífero no emprego dessa técnica.