A força feminina no Governo do Estado

O maior orçamento entre as 25 secretarias estaduais é comandado por uma mulher: Maria Lucia Vasconcelos, da Educação

seg, 16/07/2007 - 12h04 | Do Portal do Governo

O maior orçamento entre as 25 secretarias estaduais é comandado por uma mulher: Maria Lucia Vasconcelos, da Educação. Pela primeira vez, a Secretaria Estadual de Saneamento e Energia foi entregue a uma representante do sexo feminino, Dilma Pena. Prova de que a força de trabalho feminina segue conquistando espaço e reconhecimento num Estado onde as mulheres são maioria – segundo dados do Seade, em São Paulo há 95,8 homens para cada 100 representantes do sexo oposto. 

Incumbida pelo governador José Serra de cuidar de uma área de extrema importância para o governo, a pedagoga Maria Lucia Carvalho Vasconcelos gerencia uma pasta que, ao longo de 2007, receberá nada menos do que R$ 12,3 bilhões.

Apesar do montante, ela sabe que a tarefa não será fácil. Com a missão de elevar a qualidade do ensino nas mais de 5,4 mil escolas espalhadas entre o Interior, Litoral e Capital, a secretária da Educação divide o seu cotidiano entre cuidar da família e ser responsável por mais de 221 mil professores, dos quais 180 mil são mulheres. “Temos um desafio: o de gerenciar uma rede que é imensa”, considera Maria Lucia, numa referência aos mais de cinco milhões de alunos matriculados na rede pública estadual.

E a meta da secretária, embora seja ousada, é resumida em poucas palavras. “Queremos melhorar o conceito da escola pública”, reforça a ex-reitora da Universidade Presbiteriana Mackenzie.Para atingir seus objetivos, Maria Lucia elaborou um cronograma de trabalho. E no roteiro dos primeiros seis meses de 2007 deste documento, já é possível conferir alguns programas implantados por ela.

Um deles é o Ler e Escrever, projeto criado pelo governador José Serra, que prevê a atividade de Professores Auxiliares nas classes de 1ª série do Ensino Fundamental. Os ajudantes são universitários selecionados por instituições de ensino conveniadas com a Secretaria Estadual de Educação. Eles têm como tarefa auxiliar os professores regentes no processo de alfabetização dos alunos. Pelo menos 1.182 professores auxiliares já estão em plena atividade em 405 escolas da Capital.

“Estamos cuidando da alfabetização de adultos com muito carinho e decidimos reduzir o tempo da progressão continuada”, exemplifica a secretária. E não é só isso.

O próximo passo será revisar a grade curricular dos alunos na busca de uma atualização. Outro plano da secretária é permitir que as escolas passem por avaliações constantes, por meio de metas propostas pela própria Secretaria.

Reduto masculino

Ao contrário Maria Lucia Vasconcelos, que comanda uma área onde as mulheres são maioria, Dilma Seli Pena, mestre em Administração Pública pela Fundação Getulio Vargas, assumiu o desafio de liderar um campo que sempre foi dominado pelos homens.

O dado é que pela primeira vez na história uma mulher ocupa o posto de Secretária Estadual de Saneamento e Energia. “O gesto demonstra o caráter democrático absoluto e sem preconceito do governador José Serra”, analisa a secretária Dilma, ex-diretora deSaneamento da Secretaria de Política Urbana do Ministério de Planejamento, na gestão do então ministro José Serra.

O fato de ser a primeira mulher a ocupar o posto de titular da pasta é encarado com naturalidade por ela. “Enfrento com serenidade e acima de tudo com responsabilidade”, conta a secretária, mãe de três filhos e que aos 56 anos mantém uma rotina três vezes por semana: fazer exercícios físicos antes de se deslocar para a sede da Secretaria, na Bela Vista, região central da Capital.

No dia a dia, enfrenta o ritmo frenético de uma mulher que começa a trabalhar por volta das 9 da manhã, deixa a secretária a noite e e ainda tem que cuidar de duas casas. “A cada 15 dias viajo para Brasília para ver os meus filhos”, relata Dilma, que gerencia investimentos da ordem de R$ 2 bilhões em obras como o Projeto Onda Limpa, implantado pelo governo de São Paulo, em maio,  por meio da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) em municípios da Baixada Santista. O projeto visa elevar o percentual de coleta e tratamento de esgoto de nove cidades da região, dos atuais 53% para 95%, em um prazo de quatro anos.

Para Dilma, ao longo dos últimos anos, as mulheres foram rompendo obstáculos e os espaços no campo profissional foram se ampliando. Com isso, a dupla jornada de conciliar a administração de uma casa e o trabalho deixou de ser um empecilho.

Além do Onda Limpa, outro projeto acompanhado de perto pela secretária é o que pretende beneficiar 44 mil famílias que residem às margens das represas Guarapiranga e Billings.  “Faço um trabalho de equipe com planejamento e com a tarefa de desenvolver políticas públicas para o saneamento e energia”, explica.

A proposta da Secretaria prevê a construção de unidades habitacionais, redes coletoras, guias, sarjetas em 45 favelas que circundam a área. Com isso, a idéia é por fim ao lançamento de dejetos nas represas Guarapiranga, responsável pelo abastecimento de 4 milhões de pessoas da zona Sul da Capital, e Billings, encarregada de fornecer água para 1,6 milhão de habitantes da região do ABC paulista.

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Cleber Mata