A força da ONSA

Instituto virtual de pesquisa confere agilidade

sex, 21/07/2000 - 13h19 | Do Portal do Governo

Foneticamente, ONSA é um ágil felino das matas brasileiras e de outras parecidas espalhadas pelo vasto continente americano. Quando o diretor científico da FAPESP, José Fernando Perez, e outros pesquisadores que formularam o projeto da Xylella fastidiosa propuseram a sigla ONSA para o instituto virtual que viabilizaria este e os demais projetos genoma que se seguiram, estavam na verdade fazendo uma pequena blague com o TIGR. Foneticamente, também a sigla do poderoso The Institute for Genomic Research, baseado nos Estados Unidos, alude a um felino. Vê-se assim que o humor também atravessa o universo científico.

A ONSA, Organização para Seqüenciamento e Análise de Nucleotídeos ou, em inglês, Organization for Nucleotides Sequencing and Analysis, foi constituída como uma infra-estrutura de pesquisa leve, flexível e eficiente, um instituto virtual sem paredes, descentralizado e baseado na idéia de rede de laboratórios, tomada de empréstimo a alguns grandes projetos internacionais, à qual, no entanto, a iniciativa paulista agregou princípios de liderança e hierarquia próprios de um instituto convencional, chegando a uma receita, no mínimo, original.

Essa estrutura, só possível pela eficiência da rede internacional e local de computadores, permitiu a eclosão de um fenômeno inteiramente novo na organização da pesquisa e na própria produção de ciência no Estado de São Paulo. Tal fenômeno manifestou-se numa cooperação entre pesquisadores em grau e escala jamais vistos no País, num ritmo de produção que de imediato remetia mais a uma linha de montagem industrial do que à investigação científica tradicional, e numa velocidade de obtenção de resultados surpreendente numa atividade que, pelo menos no Brasil, esteve longamente descomprometida com o fator tempo

Essas características têm sido destacadas pela Assessoria Internacional do Programa Genoma-FAPESP e pelo Comitê Internacional de Assessoramento do Projeto Xylella, que em seu último parecer, de 10 de novembro passado, afirmou que a rede estava funcionando em São Paulo “ainda melhor do que funcionou na Europa”.

O Comitê recomendou à FAPESP que se esforçasse para incorporar tudo que fora listado de positivo no projeto da Xylella a todos os projetos genoma futuros. Na verdade, é isso que a Fundação já vem fazendo em relação aos outros projetos em andamento no âmbito da rede ONSA: Genoma Humano do Câncer, Genoma-Cana e Genoma-Xanthomonas e Genoma Funcional.