“A Copa marcou a minha vida”

Um dos destaques do time de Itaquera, ganhou liberdade há duas semanas, e quis disputar o campeonato

ter, 01/04/2008 - 8h41 | Do Portal do Governo

Um dos destaques do time de Itaquera, o camisa 3, de 19 anos, ganhou liberdade há duas semanas do Poder Judiciário. Mas, para não deixar a equipe desfalcada, o jovem fez um pedido ao diretor da unidade: queria disputar a final da Copa Casa 2008. Segundo ele, jogar bola é a coisa que mais gosta de fazer.

“A Copa é uma coisa que marcou a minha vida”, revela. As suas pretensões agora são continuar os estudos e ter a chance de jogar futebol num time profissional. Sobre o torneio, afirma que aprendeu bastante: “A ter união, trabalhar em equipe, ter respeito pelos adversários”.

Para o camisa 10 da equipe de Ribeirão Preto, foi muito importante participar da Copa e atuar no Morumbi. “Se alguém falasse que eu ia ser internado e ia disputar uma semifinal e final nesse estádio, eu nem iria acreditar”, observa. Com a participação no campeonato,“a gente tira o pensamento dessas coisas de crime, infração. A gente fica com outros pensamentos; o pensamento da gente muda bastante”, diz. O adolescente revela pensamento claro, ao contrário de alguns de seus colegas, mas mantém alguns problemas de linguagem, embora tenha cursado até o terceiro ano do ensino médio.

O camisa 11, da mesma equipe, tem a mesma visão. Participar do torneio – enfatiza – ajuda a mudar os pensamentos e o comportamento. “A gente vê que tem alguma coisa para a gente correr atrás quando sair da Fundação”, diz o jovem, cujo sonho, como de alguns de seus colegas, é se tornar jogador de futebol. Outro que tem ponto de vista semelhante é o camisa 13. Para ele, atuar na Copa Casa ocupou seu tempo e seus pensamentos, pelo menos pelo período em que durou a competição. “A gente não fica pensando em outras coisas que podem nos prejudicar lá dentro”, revela. O jovem está no terceiro ano do ensino médio e pretende fazer curso de torneiro mecânico mais para frente. “Mas isso é futuro que nunca se sabe se pode acontecer”, pondera.

Outro adolescente, do time de Itaquera, revelou que sentiu calafrio ao pisar o gramado do Morumbi. Para ele, também foi bom fazer parte da Copa Casa. “A gente esquece até os problemas, distrai mais a mente” (PHA).