38 mil pessoas prestigiam 3º Festival Paulista de Circo

Evento forma novo público e gera oportunidade aos artistas

sex, 16/04/2010 - 15h00 | Do Portal do Governo

Cerca de 525 artistas não pararam, da manhã até a noite, em 130 atrações. Mágicos, palhaços, contorcionistas, malabaristas, equilibristas. Esta foi a terceira edição do Festival Paulista de Circo, que ocorreu de 7 a 11 de abril, na cidade de Limeira. Nesta terceira edição do festival que comemorava o 150º aniversário da invenção do trapézio foram cerca de 38 mil espectadores.

Trata-se de uma promoção da Secretaria da Cultura, em parceria com a Prefeitura e a Secretaria de Cultura de Limeira, Cooperativa Paulista de Circo e coprodução da Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA). No ano passado, 34 mil pessoas assistiram a mais de 100 atrações, que tiveram a participação de 380 artistas.

O festival foi instalado em um recinto de 30 mil metros quadrados, divididos em quatro lonas de capacidades diferentes. O espaço contou ainda com equipamentos a céu aberto para apresentações de trapézio e de globo da morte, lona para oficinas de atividades circenses (como equilíbrio no arame e ginástica), áreas de alimentação e de produção.

Segundo André Sturm, coordenador da Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural da Secretaria da Cultura e diretor do festival, ele foi criado para atingir dois objetivos: primeiro, oferecer a artistas de variadas especialidades, simultaneamente, um espaço de qualidade para se apresentar. De outro lado, atrair o público mais jovem para um tipo de espetáculo que vai ficando esquecido, uma vez que as pessoas perderam o hábito de ir ao circo.

A escolha de Limeira como sede se deve, entre outros motivos, ao fato de a cidade abrigar uma escola de circo e ser de acesso fácil (é cercada por grandes rodovias e concentra, num raio de 100 quilômetros, mais de 2 milhões de habitantes).

O 3º Festival exibiu um panorama da atividade circense atual: circo tradicional, circo contemporâneo, circo-teatro, grupos, trupes, atividades independentes, além de oficinas para visitantes e para os próprios artistas.

Nos cinco dias de evento, os destaques da programação foram os circos Vox, Fiesta, Zanni, Venegas; os grupos Parlapatões, Pia Fraus e La Mínima; e o mágico Ricardo Malerbi. O público pôde conferir atrações que foram da Bandinha Bubiô, Dançô (da Cia. Bubiô Ficô Lô) ao bambu aéreo (com Angelina dos Santos), dos laços e chicotes americanos (com Los Sbanos) ao Táxi e Ambulância Malucos, da Força Capitar (com Joana Piza) ao show de equilibrismo (com a Chang Cia. de Circo).

Participaram grupos de todo o Estado de São Paulo (capital, Limeira, Embu das Artes, Guarulhos, Santo André, São Bernardo, Catanduva, Ubatuba, Sorocaba, Diadema, Campinas e Bauru), além de Santa Catarina, Paraná e Brasília.

Com bom público e repercussão na imprensa, “percebemos que o festival está consolidado, já é algo que as pessoas esperam, querem saber”, avalia André Sturm. Isso é atestado, por exemplo, por Francisco Paulivan Ferreira dos Santos, o palhaço Reco Reco. Com 56 anos de idade (27 como grande atração do Circo Garcia), Francisco, natural de Fortaleza, confirma: “O festival é onde se dá o encontro com colegas, artistas, com quem trabalhamos muitos anos juntos”. César Guimarães, proprietário do Circo Fiesta, vai na mesma direção: “Trabalhamos o ano inteiro esperando este festival. Para você ver o tamanho da importância que isso tem para o circense”.

No festival, César Guimarães, proprietário do Circo Fiesta desde 1983 e da quinta geração de uma família de artistas de circo, encontra amigos que fica, às vezes, dez, doze anos sem ver. César conta que ficaram durante muito tempo esperando uma oportunidade como esse festival. A realidade do circo, há cerca de seis anos, era caótica, segundo ele. O problema acometeu a Europa, os Estados Unidos e chegou à América do Sul. Agora se dá a aproximação com o poder público, como ocorre com o cinema, o teatro. “Se você produz cinema, não paga com a bilheteria a produção. No teatro, é a mesma coisa. E o circo caiu também nessa situação de produzir e não recuperar o que investiu. Só com a aproximação do poder público o cinema chegou aonde chegou, a dança a mesma coisa, e o circo está começando a chegar aonde merece”, avalia.

Da Imprensa Oficial