32º Festival de Inverno de Campos do Jordão termina com recorde de público

Foram mais de 50 apresentações de variados gêneros musicais

seg, 30/07/2001 - 9h36 | Do Portal do Governo

Foram mais de 50 apresentações de variados gêneros musicais

Mais de 50 apresentações, apreciadas por um público recorde que ultrapassou a marca de 80 mil pessoas, e uma programação pedagógica ministrada por cerca de 50 professores a centenas de estudantes e músicos profissionais.

Este é o balanço do 32º Festival de Inverno de Campos do Jordão, encerrado neste sábado, dia 28, com a apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), regida pelo maestro John Neschling, com a participação do pianista francês, Pascal Rogé.

Neste ano, além de música erudita, o Festival apresentou também shows com grandes nomes da música popular, um Gala com as principais estrelas do Kirov Ballet, que iniciou em Campos do Jordão sua terceira turnê brasileira, a estréia de uma nova montagem da ópera italiana Don Pasquale, de Gaetano Donizetti, e três espetáculos voltados ao público infantil.

Com uma programação diversificada, que se expandiu do Auditório Cláudio Santoro para a Praça do Capivari e a Igreja São Benedito, o evento caminhou do clássico ao contemporâneo, contemplou adultos e crianças e mostrou um amplo panorama da música que se faz no Brasil e no exterior, transformando mais uma vez a estância turística de Campos do Jordão na capital musical brasileira. 

Programação eclética

Houve atrações para todos os gostos. A programação contemplou desde os ouvidos mais exigentes, que se deliciaram com o domínio técnico dos integrantes do Quarteto Amazônia e do Chestnut Brass Company, aos amantes do chorinho, brilhantemente representado por Época de Ouro, Izaías e seus Chorões e Jane do Bandolim e Miado de Gato, surpreendendo ainda aqueles que estão sempre em busca de novas experiências sonoras, com as apresentações do percussionista Naná Vasconcelos e do Grupo Uakti, no Auditório, e da cantora Fortuna que se apresentou ao lado dos monges beneditinos do Mosteiro de São Bento. 

Palco de tantas orquestras, o Auditório Cláudio Santoro recebeu este ano 43 novos talentos no concerto inaugural da Orquestra Jovem Tom Jobim, criada recentemente pela Secretaria de Estado da Cultura e ligada à Universidade
Livre de Música. A apresentação, com regência do maestro e diretor musical Roberto Sion, ganhou uma conotação especial com a participação da cantora Elza Soares. 

A presença de nomes como Luiz Melodia, Danilo Caymmi, Toquinho e Miúcha conferiu um aspecto mais popular à programação, sem comprometer a qualidade. A própria apresentação da Orquestra Sinfônica Paulista, regida pelo maestro e coordenador geral do Festival, Antonio Carlos Neves Campos, com a participação do trompetista Marvin Stamm e do pianista Bill Mays, empolgou o público pela popularidade dos temas de filmes hollywoodianos incluídos no programa. É a boa música ao alcance de todos.

Os apreciadores da música erudita foram brindados com a arte das mais conceituadas orquestras sinfônicas do país – a Osesp e a Orquestra Sinfônica de Campinas – e de conjuntos de câmara com a respeitabilidade da Camerata Fukuda e do Philadelphia Virtuosi Chamber Orchestra, e com a excelência técnica de mestres nacionais e internacionais, como Nelson
Freire, Thomas Potter, Elisa Fukuda, Richard Bishop, Afonso Venturieri, Susan Kier, Washington Barella, Nobutaka Shimizu e tantos outros que subiram ao palco do Auditório nas últimas três semanas.

A bossa nova nunca esteve tão presente como neste ano. Subiram ao palco armado na Praça do Capivari nomes que fizeram a história desse gênero musical, como Os Cariocas, Wanda Sá e Luiz Carlos Vinhas, Claudete Soares, Jongo Trio e Marcos Valle.
   
Houve ainda performances em parques, asilos e escolas, além de audições de bolsistas no foyer do Auditório.

Bolsistas

O Festival cumpriu mais uma vez sua importante missão pedagógica. Ao longo de três semanas, mais de 50 jovens instrumentistas provenientes de diferentes regiões do país trocaram experiências, aprofundaram conhecimentos e mostraram um pouco de sua arte nas apresentações em grupos de câmara e na tradicional Sinfonieta de Bolsistas, que teve a participação de um dos grandes mestres espanhóis do violão, Angel Romero.

Entre os profissionais que estiveram em Campos do Jordão para dar aulas aos bolsistas e/ou para ministrar masterclasses abertas a músicos experientes, figuram Naná Vasconcelos, Jacques Morelembaum, Nobutaka Shimizu, Andréas Röhn, Cláudio Cruz, Alceu Reis, Rich Viano, Lee Monroe e Carlos Oliveira. 

Com tanta gente tarimbada envolvida na área educacional, é possível vislumbrar o futuro do violinista Luis Felipe Simões de Oliveira Coelho, o bolsista vencedor do Prêmio Maestro Eleazar de Carvalho. Tanto Luis Felipe quanto o jovem pianista Pablo Nicolas Rossi, que recebeu uma menção honrosa, têm todas as condições de percorrer um caminho profissional tão brilhante quanto o de Roberto Minczuk, Roberto Tibiriçá, Flávio Florence, Arcádio Minczuk, Juan Serrano e tantos outros músicos, hoje consagrados, que um dia integraram a lista de bolsistas do evento.