20% dos atendimentos da PM são trotes

Centro de operações recebe 35 mil ligações por dia

qui, 06/03/2008 - 8h50 | Do Portal do Governo

As Centrais de Operações da Polícia Militar (Copom – fone 190) e dos Bombeiros (Cobom – fone 193) são responsáveis pelo atendimentos de emergência dentro da cidade de São Paulo. Esse serviço, que é essencial para garantir a segurança da população, é atrapalhado, no entanto, pela falta de informação ou até mesmo pela má fé dos próprios usuários.

“Cerca de 20% das chamadas atendidas pelos nossos operadores se tratam de trotes, pessoas ligando sem necessidade, ocupando as linhas e dificultando o trabalho da PM”, conta o major Wilson de Oliveira Leite, chefe do Copom, que recebe cerca de 35 mil ligações por dia.

Segundo ele, os tipos de trotes são os mais variados possíveis, e vão desde crianças que ligam por brincadeira a simulações reais de ocorrências, que muitas vezes mobilizam as viaturas e equipes da polícia sem nenhuma necessidade.

“Mas os operadores também já estão acostumados com isso e fazem uma triagem do que pode ou não ser verdade”, explica o oficial de comunicações do Corpo de Bombeiros, tenente Vítor Carvalho. “Mesmo assim, acabamos indo verificar uma ou outra ocorrência falsa todo dia”. De acordo com ele, o Cobom atende uma média de 9 mil ligações por dia, das quais apenas 450 se tornam ocorrências efetivamente.

Em casos de emergência, em que uma pessoa seqüestrada tenta entrar em contato com a polícia ou alguém querendo informar os bombeiros sobre um incêndio, por exemplo, qualquer minuto perdido pode ser fatal. “Alguém passando um trote ou ligando sem necessidade está ocupando uma linha que pode ser essencial para outra pessoa. Um minuto perdido em um atendimento pode custar até mesmo a vida de alguém”, afirma o major Wilson.

Ele lembra que passar trote para a polícia é crime e pode dar cadeia. “Já tivemos casos de segurar alguém que está passando um trote na linha, mandar uma viatura para o local, e prender a pessoa em flagrante por falsa comunicação de crime”, disse.

“Também acontece muito de pessoas ligarem para o 190 para perguntar sobre a localização de ruas, qual é a placa do rodízio no dia, coisas sem necessidade. Tudo isso também atrapalha, as pessoas têm que se conscientizar que esse é um serviço de emergência e tratá-lo como tal”, finaliza Wilson. Para casos não-emergenciais dessa natureza, a Polícia Militar tem um outro número disponível: 0800 555 190.

Da Secretaria de Segurança Pública