Zoo de SP inclui perereca-pintada em programa de conservação

Espécie está ameaçada de extinção e é conhecida apenas em uma localidade no município de Cataguases, em Minas Gerais

qua, 04/03/2020 - 15h24 | Do Portal do Governo
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Perereca-pintada foi descoberta em 2013, em Minas Gerais

O Centro de Conservação de Fauna Silvestre do Estado de São Paulo, da Fundação Parque Zoológico, incluiu a perereca-pintada em seus trabalhos para evitar a extinção da espécie. Descoberto somente em 2013, esse anfíbio é conhecido apenas em uma localidade no município de Cataguases (MG) e está Criticamente em Perigo de Extinção na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção.

A ocorrência da perereca-pintada se restringe a um pequeno fragmento florestal de 1,36 quilômetro quadrado inserido em área particular com problemas legais, ou seja, fora de uma Unidade de Conservação e com incertezas quanto à sua permanência em um ambiente que sofre diversos impactos antrópicos.

Os pesquisadores que trabalham com a espécie em campo acreditam que essa perereca corre risco de extinção em curto espaço de tempo sendo, portanto, o manejo ex situ (sob cuidados humanos) altamente recomendado e urgente. Dessa forma, ela foi incluída na lista de 25 espécies prioritárias do Programa de Manejo ex situ de Espécies Ameaçadas da AZAB (Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil), em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade).

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Neste programa, a Fundação Zoológico foi escolhida como detentora do Studbook da espécie, uma ferramenta para gerenciar populações em cativeiro. Para dar andamento às ações, formou-se uma parceria entre pesquisadores da UFV (Universidade Federal de Viçosa) e técnicos do Zoológico de São Paulo com o objetivo de desenvolver um protocolo de manutenção e reprodução da espécie sob cuidados humanos.

Para dar início aos trabalhos, a Amphibian Ark, organização internacional que coordena estratégias de conservação ex situ de anfíbios do mundo todo, concedeu um prêmio de US$ 3 mil ao programa, que foi utilizado para montar o laboratório no CECFau (Centro de Conservação de Fauna Silvestre do Estado de São Paulo) onde os animais serão mantidos e também irá custear a próxima campanha in situ, ou seja, na região de ocorrência da espécie.