Vai fazer tatuagem? Fique atento aos cuidados básicos

Infecções mais comuns em estúdios de tatuagem são de hepatite do tipo B e do tipo C, pelo contato de uma agulha contaminada com a pele

qui, 28/02/2019 - 20h27 | Do Portal do Governo

Quem pretende fazer uma tatuagem deve ficar atento na hora de escolher o local. Muitos estúdios de tatuagem e body piercing colocam em risco a saúde tanto de clientes como dos próprios profissionais ao não adotar alguns cuidados básicos de higiene e biossegurança.

É importante que os tatuadores tomem as três doses de vacina necessárias para garantir a imunização contra o vírus da hepatite B. Outro ponto de atenção é a utilização da autoclave para esterilização dos materiais. “O ideal é que o material utilizado fique no mínimo uma hora no equipamento a uma temperatura mínima de 170°C”, diz a enfermeira Clementina Isihi.

Para o infectologista Roberto Focaccia, as transmissões mais comuns em estúdios de tatuagem são de hepatite do tipo B e do tipo C. A contaminação da hepatite ocorre através do contato de uma agulha contaminada com a pele e pela reutilização de tinta.

Mas, os riscos de transmissão de doenças em estúdios de tatuagem vão além das hepatites virais. “A lavagem de mão inadequada ou a ausência dela é algo gravíssimo, que aumenta a probabilidade de transmissão de vírus, bactérias e fungos”, explica Focaccia.

A assistente de vendas Talita Fernandes, dona de 13 tatuagens, conta que nunca pensou que pudesse contrair alguma doença. “Eu sempre vejo se o local é limpo e de preferência faço com alguém de confiança. Mas vou ficar cada vez mais atenta, pois posso contrair algo sério sem nem perceber”, afirma.

Vacina

A vacina que combate a hepatite B está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde), para pessoas com até 49 anos de idade. Os indivíduos pertencentes ao grupo de risco, como tatuadores, manicures, podólogos, bombeiros, gestantes, profissionais da saúde e portadores de doenças crônicas, podem e devem tomar a vacina gratuitamente, independente da idade.

De acordo com o infectologista do HEB, Gustavo Kawanami, em fevereiro de 2002 foi criado o programa nacional de hepatites virais voltado ao atendimento de aproximadamente 2 a 3 milhões de brasileiros portadores da hepatite C.

“Nos últimos 15 anos nenhuma outra doença infecciosa passou por uma revolução tão grande em relação ao tratamento da hepatite C. Em 2002, falávamos de taxas de controle do vírus que não excediam 55%. Em 2012, instituímos tratamentos almejando taxas de cura próximas a 70%. Hoje, já existem tratamentos mais curtos, com efeitos colaterais exponencialmente menores e chances de cura em torno de 92%”, explica.

A fiscalização das condições dos estúdios de tatuagem na cidade de São Paulo é realizada pela Vigilância Sanitária Municipal.