Sistema inovador para tratamento de câncer de pele é patenteado pelo IPT

Tecnologia desenvolvida utiliza um processo passível de aplicação em escala industrial

ter, 28/09/2010 - 19h00 | Do Portal do Governo

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está desenvolvendo um projeto em parceria com Universidade de São Paulo (USP) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para geração de um sistema nanocarreador que conduz o fármaco dentro do corpo até o local da ação para tratamento de câncer de pele. O sistema é patenteado e contribui para a criação de novas formas de administração e veiculação de agentes ativos de interesse em áreas diversas como farmacêutica (incluindo dermatológica), cosmética, produtos de higiene pessoal, veterinária, agroquímica e alimentos.

“Foram testadas diferentes moléculas, incluindo antiinflamatórios, antibióticos e ativos cosméticos para verificar a viabilidade do sistema; e o nanocarreador desenvolvido confere proteção do princípio ativo incorporado contra a degradação, aumento da estabilidade, melhoria da biodisponibilidade e facilita a permeação na pele”, afirma Natália Cerize, pesquisadora do Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas (LPP) e uma das responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho no IPT.

A tecnologia desenvolvida utiliza um processo passível de aplicação em escala industrial, o que potencializa futuros trabalhos de desenvolvimento de produtos em escala nanométrica, já que o LPP dispõe de infraestrutura para este tipo de solução tecnológica. Entre os equipamentos disponíveis, destaca-se um homogeneizador de alta pressão e um spray dryer (NanoSpray®) que pode produzir nanocarreadores, e um microscópio eletrônico de varredura de alta resolução (MEV-FEG) que desempenha papel fundamental na caracterização do tamanho e da morfologia destes materiais.

Os nanocarreadores foram submetidos a testes in vitro em células e os resultados mostraram que não há toxicidade. Testes em animais, com auxílio da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostraram, em uma primeira fase, que o ativo incorporado no nanocarreador consegue ser veiculado até a lesão e não ocorre toxicidade renal nem hepática, o que viabiliza o potencial de aplicação destes sistemas em uma posterior fase clínica, em humanos.

O trabalho do IPT, iniciado por Natália como tese de doutorado para a USP, contou com a orientação de Antonio Cláudio Tedesco (Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP – Grupo de Fotobiologia e Fotomedicina), co-orientação de Maria Inês Ré, pesquisadora do IPT que desenvolve trabalho ligado à câncer-bio-saúde em centro de pesquisa na França e participação do pesquisador do IPT Adriano Marim. O sistema será apresentado em outubro na Second Conference Innovation in Drug Delivery na cidade de Aix-en-Provence, França, e está concorrendo ao Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia cujo tema deste ano é Nanotecnologia.

Do IPT