Ligado à Secretaria da Saúde do Estado, Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências (GRAU) participará de simulado
Os integrantes da Defesa Civil Estadual se preparam para a atuação, no próximo sábado (12), no IV Simulado Integrado de Resposta a Desastres da Cidade de São Paulo. A iniciativa, que será realizada no estádio do Morumbi, na zona sul da capital paulista, une forças públicas e privadas para um exercício em caso de incidentes de grandes proporções no município.
Segundo o major PM Marco Antonio Basso, chefe da Divisão de Planejamento, Legislação e Ensino da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, a ação envolverá mais de 100 pessoas. “O simulado engloba todas as agências de atendimento a desastres do Estado, criando situações voltadas a uma grande ocorrência. O simulado será baseado no Sistema de Comandamento de Incidentes, metodologia para atuação em momentos graves”, ressalta.
“O treinamento permite que os órgãos do setor se integrem ao Corpo de Bombeiros e haja planejamento, com resposta mais efetiva no atendimento à população. Aproveitamos para nos treinarmos e verificarmos nossas condições operacionais”, destaca o capitão Daniel Gonçalves, comandante do 1º Subgrupamento de Bombeiros do 4º GB.
O evento integra as atividades do IV Simpósio Internacional de Gerenciamento da Resposta em Catástrofe, promovido entre 10 e 12 de maio pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Os três dias de debates contarão com a participação de convidados nacionais e estrangeiros com vasta experiência no assunto.
De acordo com Cecilia Damasceno, coordenadora de Emergência da Secretaria de Estado da Saúde, o simulado é importante para promover a integração entre os órgãos voltados ao atendimento aos cidadãos. “A iniciativa nos permite adquirir habilidades e conhecimentos que poderão ser usados em situações reais, durante ocorrências futuras. É uma oportunidade única de trabalhar a integração do setor em território paulista”, enfatiza.
Experiências
Em parceria com o Beth Israel Deaconess Medical Center, o hospital escola da Faculdade de Medicina de Harvard, de Boston, nos Estados Unidos, professores do Programa de Fellowship em Medicina de Desastres estarão presentes, compartilhando experiências no setor, como nos atentados contra o World Trade Center e durante a Maratona de Boston.
Vale lembrar que o evento também discute os problemas atuais no cenário nacional, a exemplo dos refugiados venezuelanos em Roraima, e no panorama mundial, por meio de mesas redondas.
“Temos pregado muito na Defesa Civil do Estado e nos demais órgãos a manutenção de uma integração de entidades públicas para atuação em momentos de desastres, com o objetivo de organizar o sistema. Isso é uma forma de se economizar recursos e potencializar o atendimento da ocorrência”, explica o major PM Marco Antonio Basso. É muito importante criar a cultura de que o trabalho deve ser sempre organizado para atender melhor o cidadão”, acrescenta.
Vida real
O representante da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil destaca que a experiência adquirida em simulados do tipo está em execução em situações reais, como no incêndio e desabamento do prédio no Largo do Paissandu, região central de São Paulo. “Todos trabalham em conjunto para tentar resolver a questão o mais rápido possível. Isso tem mostrado que o Brasil cria uma maturidade nesse atendimento. São Paulo já vem atuando de modo coordenado há muito tempo. Isso começa a virar uma doutrina de comando para o atendimento a grandes desastres”, avalia o major.
Os participantes do simpósio e do simulado incluem profissionais ligados às áreas de segurança pública (policiais militares, civis, federais e guardas civis metropolitanos) e privada, área da saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos, entre outros), ajuda humanitária, resgate, forças armadas, bombeiros, administradores hospitalares, além de gestores de crises e catástrofes.
“Recebemos profissionais de todo o planeta, que compartilharão conhecimento e experiências. O evento é voltado aos entusiastas da gestão de crises, com participação de especialistas brasileiros, dos Estados Unidos e de Israel”, revela o gerente de Segurança Patrimonial do Hospital Israelita Albert Einstein e um dos coordenadores do Comitê de Prevenção e Resposta a Catástrofe, Dov Smaletz.
