O Instituto Geológico (IG), órgão da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) realizará nesta quarta-feira, 2, o Seminário Situação e Estratégias para Redução de Desastres Naturais no Estado de São Paulo. Durante o evento serão discutidos assuntos como o papel do Estado, pesquisas, instrumentos institucionais e tecnologias na gestão de desastres naturais, além de questões como a influência do clima, mudanças globais e elevação do nível do mar.
O evento deverá contar com a participação de técnicos da Secretaria Nacional de Defesa Civil, Coordenadoria de Defesa Civil do Estado de São Paulo e Defesa Civil Municipal de Diadema, além do IG.
O encontro, que conta com o apoio da Secretaria da Casa Militar, será realizado no Anfiteatro Augusto Ruschi, na Avenida Professor Frederico Hermann Junior, 345, Alto dos Pinheiros.
Desastres naturais
Segundo o pesquisador Cláudio José Ferreira, da Seção de Geologia Aplicada e Ambiental, do IG, dos 1.861 acidentes registrados em vistorias e atendimentos pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil no período de 2000 a 2008, 367 referem-se a deslizamentos de terra, 944 a inundações, transbordamentos e alagamentos, 65 a raios e 485 a ocorrências diversas, como chuvas fortes, vendavais, desabamentos de casas e muros. Do total de acidentes, 567 foram registrados na região do Alto Tietê.
Os números são relativos ao período de operação de planos preventivos e de contingência, desenvolvidos todos os anos no período de maior ocorrência de chuvas, que vai de dezembro a março.
Neste ano, os planos preventivos e de contingência de defesa civil começaram nesta terça-feira, 1º, e vão até 31 de março de 2010, abrangendo as regiões de Campinas, Sorocaba, Vale do Paraíba, Vale do Ribeira, Litoral Norte, Baixada Santista e ABCD. O pesquisador salienta que é fundamental estimular os municípios a desenvolverem sistemas de defesa. Dados levantados em 2008 mostram que apenas 101 municípios (23%) dispunham de um ou mais instrumentos de gestão de riscos, como planos preventivos para casos de deslizamentos de terra, existentes em 68 municípios; mapeamentos de áreas de riscos, elaborados em 86 municípios; e planos de redução de riscos, criados em 11 municípios.
Neste cenário, o seminário tem o objetivo de promover o aprimoramento técnico dos profissionais que atuam na área, pois, apesar do Brasil se situar em região geologicamente estável, o aumento do número de eventos relacionados a deslizamentos de terra, erosões e chuvas, e a ocupação territorial de áreas instáveis, exigem que se discuta as causas e estratégias para a redução dos desastres naturais, desenvolvendo conhecimentos científicos e ferramentas tecnológicas com essa finalidade.
Gestão de riscos
Durante o encontro, o IG vai comemorar 20 anos de atuação sistemática na área de desastres naturais iniciada com a elaboração do relatório 60 dias, em 1988, e início da participação em plano de prevenção específico para escorregamentos nas encostas da Serra do Mar, em 1988 e 1989.
Durante o evento também será assinada a renovação de parceria com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), estabelecendo os termos de cooperação para o suporte técnico científico às ações da Defesa Civil do Estado. A cooperação prevê o apoio operacional emergencial por meio da realização de vistorias em áreas de risco e participação em planos preventivos e de contingências, e a execução de mapeamento de risco em nove municípios do Estado, localizados no Vale do Paraíba e região de São José do Rio Preto.
O programa do seminário inclui ainda o lançamento dos livros “Desastres Naturais: Conhecer para Prevenir” e “O Instituto Geológico na Prevenção de Desastres Naturais”.
Do Instituto Geológico
