Segurança: Centro de Medicina Legal de Ribeirão Preto cria site com informações sobre 33 ossadas

Dados serão úteis para o reconhecimento dessas pessoas por seus familiares

sex, 24/02/2006 - 12h35 | Do Portal do Governo

Os dados serão úteis para o reconhecimento dessas pessoas por seus familiares. Outro serviço ao público é o Livro dos Desaparecidos, trabalho iniciado em 2001, que contém informações sobre 67 pessoas enterradas como indigentes

“Agora um dos principais objetivos do Laboratório, e uma das prerrogativas do convênio com Sheffield, é difundir o conhecimento técnico adquirido para outros centros universitários e IMLs de todo o País”

No último dia 17, o Centro de Medicina Legal (Cemel) da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto (FMRP) anunciou a criação de uma página na internet com os resultados de análises feitas pelo Laboratório de Antropologia Forense em 33 ossadas.

O site http://www.rpa.fmrp.usp.br/ossadas disponibiliza informações como sexo, idade, etnia, estatura e destreza manual (canhoto ou destro), além das vestimentas que a pessoa usava quando morreu, se ainda as possuir. O professor Marco Aurélio Guimarães, um dos coordenadores do CEMEL, afirma que os dados ajudarão pessoas que têm familiares desaparecidos a reconhecer as ossadas.

Outro trabalho desenvolvido pelo CEMEL é o Livro dos Desconhecidos, iniciado em 2001, que contém informações sobre 67 pessoas que foram enterradas como indigentes, mas que ainda podem ser identificadas por terem o rosto em condições de reconhecimento. Há fotos, pertences e dados sobre condições de morte e Boletim de Ocorrências. Para ter acesso ao arquivo o telefone do CEMEL é (0XX16) 3602-3360.

Convênios

O Laboratório de Antropologia Forense foi criado em fevereiro de 2005, resultado de uma parceria entre o CEMEL e a Universidade de Sheffield, na Inglaterra. A explicação para resultados tão rápidos do trabalho foi a sistematização da metodologia de análise antropológica trazida ao Laboratório por meio do intercâmbio de conhecimento com os ingleses (a Inglaterra é tradicionalmente experiente em análises forenses). “Antes a análise de uma ossada levava meses, agora pode ser feita em meio dia”, conta Guimarães. A pesquisa científica também é uma das beneficiadas pela agilidade.

O convênio baseou-se no intercâmbio de profissionais brasileiros com a universidade inglesa, quando cientistas daquele país vieram para atuar com a equipe brasileira. Além disso, o projeto contou com uma verba de cerca de 33 mil libras, cedida pelo Governo Britânico por intermédio de um fundo de cooperação global .

Agora um dos principais objetivos do Laboratório, e uma das prerrogativas do convênio com Sheffield, é difundir o conhecimento técnico adquirido para outros centros universitários e IMLs de todo o País. Guimarães diz que isso será feito por meio de cursos. Para ele, as parcerias são fundamentais para a produção e difusão de conhecimento e cita o exemplo da FMRP: “Foi a parceria entre a Universidade e o IML que possibilitou o acesso aos dados, que são da polícia, para a realização de um trabalho efetivo sobre as ossadas”.