Alckmin inicia desativação do complexo Tatuapé da Febem
Em cerimônia simbólica, Alckmin derrubou parede da unidade
Demolição do 1º prédio da Unidade 33 do Complexo
Objetivo é esvaziar todas as unidades até o fim deste ano
O Complexo Tatuapé da Febem, no bairro do Belém, zona leste da capital, começa a ser desativado. A exemplo do que foi feito com o Complexo Imigrantes da Febem e a Casa de Detenção do Carandiru, o espaço será transformado em parque. Nesta quarta-feira, dia 29, o governador Geraldo Alckmin acompanhou o início da demolição do 1º prédio da Unidade 33 do Complexo. Em cerimônia simbólica, Alckmin derrubou paredes da unidade.
“Aqui nós vamos ter um belo parque, vamos aproveitar todos os campos de futebol, todas as quadras poliesportivas e o prédio tombado pelo Condephaat. A cidade vai ganhar um grande parque”, afirmou Alckmin.
O governador informou que o parque será implantado em duas etapas. A primeira fase está localizada na área que fica de frente para a Avenida Celso Garcia e ao lado da Polícia Militar. A previsão é que a demolição da unidade seja concluída em 90 dias e a implantação do parque, que está em fase de licitação, deve começar em junho. “A segunda etapa não vai ser feita agora, mas já começa também a transferência dos adolescentes. Até o final do ano, toda a Febem Tatuapé desativada e, com isso, se encerra esse modelo centralizado”, diz.
Criado em 1902 para receber jovens abandonados e os que tivessem cometido algum crime, o Complexo Tatuapé foi implantado na Chácara do Belém. Naquela época, a antiga casa que havia no local foi desapropriada e, em pouco tempo, foi erguido um pequeno prédio para abrigar um instituto disciplinar para jovens. A construção foi batizada de Escola Correcional.
Atualmente, o Complexo conta com uma área de 230 mil metros quadrados e 18 unidades de internação, onde são mantidos mais de 1.200 adolescentes em conflito com a lei, atendidos por cerca de 1.500 funcionários. Para se ter uma idéia, a população do Complexo Tatuapé é superior a de municípios como Alvilândia, Borá, Dolcinópolis, Flora Rica e Santa Salete.
O Governo paulista empreende esforço para a construção de unidades pequenas, nos municípios em que vivem as famílias dos adolescentes, e oferece forte agenda educativa e ensino profissionalizante aos jovens.
“A Febem Tatuapé é a última grande unidade. Nós tínhamos um modelo que era centralizado em São Paulo, com as unidades Tatuapé e Imigrantes, que tinham praticamente 2.000 adolescentes em cada uma. No caso de Imigrantes, o governador Mário Covas desativou. Não existe mais a unidade e nós temos hoje 77 unidades da Febem. E o Tatuapé, que na realidade fica no bairro do Belém, nós iniciamos hoje a desativação”, afirmou Alckmin.
Ele comparou a desativação da Febem Tatuapé com o Carandiru. “No Carandiru tínhamos mais de 7.000 presos e uma grande unidade problemática. Hoje temos unidades descentralizadas. Esse é o projeto que está sendo implantado”, destacou. O governador informou que o novo modelo da Febem, que recebeu o nome de CASA (Centro de Atendimento e Socialização do Adolescente) teve duas unidades inauguradas esta semana, outras 17 em construção e 9 licitadas.
Cíntia Cury
