De acordo com a presidente da Fundação Casa, Berenice Giannella, o fato das unidades funcionarem bem e dos jovens saírem das unidades para apresentações artísticas e esportivas ajuda a combater um pouco o estigma que associado à instituição. “As pessoas passam a ver que a Fundação não é a antiga Febem, mas tem uma metodologia diferente, uma pedagogia diferente”, afirma Berenice.
Essa nova visão da Fundação Casa e também o fato de contar com ONGs reconhecidas nos municípios proporcionam a conquista de novas parcerias para oferecer atividades artísticas, culturais e esportivas aos jovens. Na unidade de Rio Claro, por exemplo, o ex-jogador da seleção brasileira de basquete Guerrinha oferece voluntariamente aulas para os internos.
Além disso, empresários começam a levar trabalho para os internos. Os jovens da unidade de Bragança Paulista já foram beneficiados por essa nova relação da Fundação com a comunidade. Todas as fantasias da escola de samba do município foram confeccionadas pelos adolescentes internados na unidade.
Empregabilidade
Apesar de toda confiança que a Fundação vem conquistando, o desafio continua sendo garantir emprego para os jovens que são desinternados.
“Enquanto o jovem está aqui (nas unidades da Fundação), ele tem cinco refeições por dia, aula, cursos, religião, enfim, diversas atividades. O problema está na hora em que ele sai”, explica a presidente da Fundação.
Além do preconceito, o jovem também enfrenta o desemprego. “Mas esse é um problema de toda a sociedade. Há um alto índice de desemprego nessa faixa etária o que, certamente, atinge esse jovem”, complementa ela.
Algumas iniciativas, porém, começam a surgir nos municípios para ajudar a transformar essa realidade. “A prefeitura de São José dos Campos, por exemplo, aprovou uma lei para oferecer uma bolsa ao jovem que sai da Fundação e que seja morador do município. Durante seis meses ele recebe a bolsa e passa por uma capacitação. É o tempo que esse adolescente tem para se readaptar”, diz Giannella.
Cíntia Cury
(I.P.)