Faculdade usa telhado verde para combater ilhas de calor

Técnica ajuda a reduzir a poluição atmosférica e o calor transmitido para o interior das edificações

qua, 14/02/2007 - 12h47 | Do Portal do Governo

O concreto e o vidro conferem às novas instalações da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP uma arquitetura moderna, que se por um lado proporcionam bastante claridade e praticidade a seus usuários, por outro contribuem para a concentração de excesso de calor no interior do edifício, situação que é agravada pelo telhado composto por material de fibra transparente. O calor intenso no interior do prédio prejudica as condições de trabalho e de saúde de funcionários e causa desconforto térmico aos alunos e usuários.

Para tentar amenizar o problema, a FSP/USP está usando uma tecnologia sustentável do ponto de vista ambiental, o telhado verde. O procedimento é amplamente disseminado em países escandinavos e aos poucos conquista adeptos na América Latina – Bolívia, Cuba e México, que usa largamente esse recurso. A técnica, chamada naturação urbana, é estudada pela Universidade de Humboldt, em Berlim, como alternativa para diminuir não só problemas como ilhas de calor (locais da cidade que apresentam temperaturas mais altas do que as das redondezas), mas também de poluição atmosférica e de calor transmitido para o interior das edificações.

Esse sistema vai ao encontro das necessidades da FSP e de seu entorno, visto que a faculdade está localizada no centro de São Paulo, uma das maiores e mais poluídas metrópoles do mundo. A naturação urbana é um meio para que os edifícios e espaços urbanos formem corredores verdes (vários prédios com jardins sobre os telhados), que contribui para facilitar a circulação atmosférica e melhorar o microclima das grandes cidades. Além disso, para as regiões de chuva intensa, as áreas chamadas naturadas podem servir de retentoras de água de chuva, ajudando a prevenir a ocorrência de enchentes.

Jardim suspenso – A FSP está construindo um jardim suspenso sobre o telhado de fibra, composto inicialmente por mudas de maracujá, que começam a espalhar seus galhos e folhas. O objetivo é quebrar a incidência direta dos raios solares sobre o prédio, que diminui o calor interno e o ruído em períodos de chuva. A intenção é englobar toda a comunidade FSP (docentes, funcionários e alunos) para construir e cuidar desse jardim suspenso e servir de exemplo para que outros prédios da cidade tomem tal iniciativa. A comunidade da FSP poderá contribuir trazendo mudas de trepadeiras e sugestões que venham a agregar soluções adequadas ao ambiente edificado.

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Da Agência Imprensa Oficial