O setor agropecuário contabilizou 361.289 postos de trabalho com carteira assinada em 2006 no Estado de São Paulo. O volume é 7,6% superior ao de 2005 e gerou 25.691 mais vagas em comparação ao ano anterior. A informação é dos pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento. Foi obtida a partir dos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego.
Segundo os pesquisadores Carlos Fredo, Celma Baptistella, Malimiria Otani e Maria Carlota Vicente, trata-se do maior número de postos formais dos últimos 12 anos. E o total apurado reflete o avanço da agropecuária paulista e da fiscalização contra a informalidade.
Houve redução de 1.515 postos de trabalho de mão-de-obra terceirizada, ligada às atividades de apoio à agricultura, à pecuária e à pós-colheita. A redução pode significar menos intermediação e aumento da contratação direta do profissional pelos empregadores.
Números
Na safra paulista 2005/2006, a produção de café cresceu 41% e gerou 4.703 vagas. A floricultura teve 1.608 novos postos. Entretanto, a cana, a pecuária e a laranja tiveram os maiores pesos no valor da produção no Estado. Contribuíram, respectivamente, com 44,9%, 11,5% e 6,5% do total. Unificadas, as três culturas representaram 55% do total de contratações em 2006.
Somente o setor sucroalcooleiro gerou 20 mil novas vagas. Contudo, estão previstas mudanças nos próximos anos, conseqüência da Lei nº 11.241/2004 e do Protocolo Agroambiental adotado pelo governo do Estado no ano passado. A medida estabelece prazos para a erradicação da queima nos canaviais e deverá aumentar a mecanização da colheita.
Mais mulheres
Cresceu a participação feminina no trabalho agropecuário. Subiu de 17,6% em 2005 para 18,3% em 2006. Com relação à faixa etária dos novos empregados, a quantidade de postos criados em 2006 dividiu-se de forma homogênea. Houve, também, elevação do grau de instrução. As quartas séries incompletas ou completas diminuíram de 48,5% para 46,3%. A equipe do IEA avalia ser um reflexo do investimento privado em treinamento e requalificação.
Apesar de o setor agropecuário ter empregado e registrado mais trabalhadores com carteira assinada, a distribuição de renda não acompanhou essa evolução. Concentrou-se no grupo que recebe entre 0,5 e 1,5 salário mínimo.
As regiões administrativas de Campinas e Sorocaba foram as que mais contrataram (34,1% do total). Em Sorocaba prevaleceu a pecuária e em Campinas as atividades que mais demandaram pessoal foram a cana, a laranja e o café.
Sobre a Rais
A equipe do IAC informa que a defasagem de quase um ano entre a data de divulgação dos dados e o ano atual corresponde ao período total do estudo. Considera o tempo da entrega das declarações dos estabelecimentos e do processamento das informações, procedimento que demanda o prazo de 11 meses para que os dados sejam tabulados e estejam disponíveis.
“A importância da Rais está em pôr à disposição informações que correspondem ao censo de vagas formais em todos os setores econômicos, principalmente o do setor agropecuário, no qual há escassez de informações para análises”, complementam os especialistas do IAC.
Da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento
(I.P.)