Conheça a história do Festival de Inverno de Campos do Jordão

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dom, 09/07/2006 - 18h02 | Do Portal do Governo

Criado em 1970, pelos maestros Eleazar de Carvalho, Camargo Guarnieri e Souza Lima, o Festival de Inverno de Campos do Jordão foi inspirado no Festival de Tanglewood, um recanto da cidade de Lenox, no estado norte-americano de Massachussets. Sua história está ligada ao Palácio Boa Vista, residência oficial de férias do governo paulista. O então governador do Estado, Abreu Sodré, resolveu abrir o local à visitação pública e para marcar a nova fase do palácio, foi instituído o Festival de Inverno que, em seu primeiro ano, já recebeu nomes consagrados da música clássica brasileira.

Os primeiros concertos aconteceram no salão nobre do Palácio Boa Vista. O auditório só seria construído em 1978, após a morte de Luís Arrobas Martins. Para homenageá-lo, a Assembléia Legislativa mudou o nome do evento para “Festival de Inverno Luís Arrobas Martins”.

A partir de 1973, o maestro Eleazar de Carvalho, então diretor artístico do Festival, deu início à programação pedagógica, concedendo bolsas de estudos para jovens promissores no campo da música e aconteceram as primeiras oficinas direcionadas a estudantes. Este caráter pedagógico, que permanece até hoje, possibilita aos estudantes o aprofundamento de estudos musicais através de aulas, em tempo integral, com renomados professores.

Em 1975, começou a busca por um terreno onde seria construído um espaço para receber o Festival. Três anos depois, foi inaugurado o Auditório Campos do Jordão que, em 1989, ganhou o nome de Cláudio Santoro. Mas não apenas o espaço físico do Festival de Inverno foi requalificado. O próprio Festival ganhou notoriedade e grandes nomes passaram a dar aulas aos bolsistas. Estes jovens músicos começaram, também, a entrar em contato com compositores experimentais como Cláudio Santoro, Hans Joachin Koellreutter e Almeida Prado.

Em 1979, o pianista e maestro Nelson Ayres promoveu um curso de jazz para aproximar o erudito do popular e músicos cujos trabalhos estão no limite de ambos os gêneros, como Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal, se apresentaram em shows concorridos. Estudantes de todo o Brasil e de vários outros países do mundo passaram a freqüentaram o Festival de Inverno de Campos do Jordão e muitos têm , hoje, seu trabalho reconhecido internacionalmente.

A partir de 1995, o festival entrou em uma nova fase, não só na qualidade da programação, que trouxe nomes internacionais de peso como o tenor Roberto Alagna, Aprile Millo e Harolyn Blackwell, as irmãs pianistas Kátia e Marielle Labéque, a pianista Maria João Pires e o violinista Augustin Dumay, o violoncelista Anatoli Krastev e o trompetista Daniel Havens, o tenor Ramón Vargas, além dos bailarinos Fernando Bujones e Jennifer Gelfand e o Ballet Kirov, como também na infra-estrutura, que foi ampliada e requalificada. O Auditório Cláudio Santoro foi reformado e modernizado, contando com alojamentos para mais de 400 bolsistas.

O apoio da iniciativa privada tem sido importantíssimo permitindo ao Governo do Estado manter o alto nível da programação e possibilitando ao núcleo pedagógico instituir a concessão de bolsas de estudos no exterior.