Ações em todo Estado marcam o dia estadual de combate à Dengue

Uma das frentes de conscientização permaneceu durante todo o sábado no Parque Estadual Villa Lobos

sáb, 31/03/2007 - 16h26 | Do Portal do Governo

Mais de 540 municípios percorridos por um verdadeiro exército formado por 20 mil agentes em todo Estado. Todos empenhados em combater o mosquito transmissor da dengue – o Aedes Aegypti – e seus criadouros. Esse é o saldo da campanha promovida pelo governo de São Paulo, destinada a conscientizar e orientar a população para enfrentar a doença.

A operação incluiu prefeituras, órgãos estaduais como Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA) e secretarias do Meio Ambiente, Saúde, Transportes, Educação e Segurança.

A abertura das atividades teve início pela manhã deste sábado (31) no bairro Campo Limpo, zona Sul da Capital, com o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas. “A campanha foi um sucesso, porém ela é permanente. Temos que continuar na luta contra o mosquito”, destacou Barradas. Ele lembrou que a força-tarefa estadual contou também com auxílio de entidades religiosas e de homens da Polícia Militar. “A população paulista colaborou e fez um grande mutirão. Muita gente se mobilizou, inclusive com passeatas por diversas cidades”, completou Barradas.

Uma das frentes de conscientização permaneceu durante todo o sábado no Parque Estadual Villa Lobos. Lá, monitores da Cetesb orientavam crianças, jovens e adultos sobre a importância de pôr fim aos criadouros do mosquito.

Atraídos pelas amostras do mosquito e com auxílio do microscópio, os freqüentadores se aproximavam do estande e buscavam informações relativas à prevenção da doença. É o caso do comerciante Alexandre Magalhães, que levou os dois filhos para conferir de perto o trabalho dos monitores. “É sempre bom estar informado dos riscos da doença e passar um pouco para eles”, avaliou Magalhães.

Mesmo sem ter registros da doença em seu país de origem, a americana Noelle Bond, natural da Pensilvânia, mostrou o interesse pelo assunto. “Quero estar atenta a essa questão. É sempre bom saber como devemos evitar uma doença”, frisou Noelle.

A bióloga Mara Elisa Pereira Salvador, responsável pelo posto montado no Villa Lobos, informou que cerca de 250 pessoas passaram pelo local somente no período da manhã. “Muitos moradores levaram folders para serem distribuídos nos condomínios”, comentou.

Além do Villa Lobos, a Cetesb espalhou monitores pelo Zoológico de São Paulo e também no Horto Florestal. “A busca de informações é muito grande. Em determinados momentos parecia que estávamos dando palestras sobre a dengue”, comparou a bióloga.

Números

Dados fornecidos pelo Centro de Vigilância Epidemiológica revelam que de 1º de janeiro até ontem (30/03) houve 15.237 casos confirmados de dengue no Estado. No mesmo período de 2006 foram registrados 18.714 casos. Ou seja, comparando-se os dois anos, no mesmo período, houve queda de 19%.

Em 2007, ano há cinco casos de dengue hemorrágica confirmados nos municípios de Hortolândia, Mirassol, Campinas, Ubatuba e Itanhaém. No ano passado foram 37 casos de dengue hemorrágica, com seis mortes por dengue hemorrágica e oito por dengue clássica.

A secretaria da Saúde prevê investir R$ 20 milhões em campanhas publicitárias de conscientização, contratação de profissionais, aluguel de veículos, entre outros itens.

Sobre a doença

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectam anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos. O transmissor da doença é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.

Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. Os sintomas normalmente encontrados com a dengue clássica são febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos. Este tipo raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois além dos sintomas da clássica, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e até a morte. A dengue hemorrágica costuma ocorrer com pacientes que já tiveram a doença ao menos uma vez. É uma reação do organismo a uma nova ação do vírus – e varia de pessoa para pessoa.

Cleber Mata