Quem nunca cantarolou no banho, sonhando com o dia de soltar a voz, ou as mãos, no caso de instrumentistas, de forma mais, digamos, profissional? Para a maioria, no entanto, isso acaba ficando mesmo no campo dos sonhos, já que o acesso a um estúdio sempre foi visto como algo distante e complicado, restrito a profissionais da área.
Embora isso seja em parte verdade, atualmente existe um caminho oferecido pelo Governo de São Paulo que pode ajudar muita gente a realizar esse sonho. Trata-se das Fábricas de Cultura, espaços destinados à formação artística e cultural de cidadãos entre 8 e 21 anos de idade, com dez instalações espalhadas nas zonas norte, leste e sul da capital.
Sob responsabilidade da Secretaria da Cultura do Estado, as Fábricas se destacam por desenvolver atividades e cursos gratuitos em áreas como música, dança, teatro, circo, foto, vídeo, desenho, grafite, DJ e capoeira, entre outros.
Além de bibliotecas com enorme variedade de livros, filmes, jornais, revistas, jogos, espaço para estudo e pesquisa e acesso à internet, alguns dos prédios possuem estúdios de gravação e captação de áudio com equipe técnica profissional.
Inaugurados em fevereiro de 2015, os estúdios das Fábricas de Cultura das zonas Sul e Norte de São Paulo atenderam cerca de sete mil pessoas nos dois primeiros anos de funcionamento – músicos amadores e profissionais, além de aprendizes dos cursos das unidades.
O serviço é gratuito e as gravações acontecem em sessões de quatro horas de duração. É possível gravar uma faixa inteira ou somente os instrumentos desejados, e a música é entregue aberta ou editada e mixada para o cidadão. Em cada unidade – Jaçanã, Brasilândia, Vila Nova Cachoeirinha, Jardim São Luis e Capão Redondo – dois técnicos de áudio ficam disponíveis para auxiliar no processo de gravação e mixagem.
Rock, rap, MPB, funk, reggae, pop, gospel, samba, pagode, axé. Sertanejo, choro, forró, música eletrônica, erudita e instrumental foram alguns dos estilos que já passaram pelos estúdios, em projeto solo ou banda. Além disso, gravações ao vivo de shows e saraus, trilhas sonoras para espetáculos de teatro e dança e locuções compõem as atividades realizadas nos espaços.
Além disso, as crianças e jovens aprendizes de diversas atividades, que ocorrem nas unidades, também podem utilizar os estúdios durante as aulas, como nos cursos de Gravação de Áudio; Produção Musical; Sonoplastia; entre outros.
O agendamento deve ser feito presencialmente na Fábrica escolhida, e muitas vezes a fila de espera é grande. Outras informações sobre os estúdios podem ser obtidas pelo telefone de cada unidade (mais informações abaixo).
Cinco unidades são gerenciadas pela Poiesis – Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura (Brasilândia, Jaçanã, Capão Redondo, Vila Nova Cachoeirinha e Jardim São Luís), nas zonas norte e sul. Outros cinco espaços (Vila Curuçá, Sapopemba, Itaim Paulista, Parque Belém e Cidade Tiradentes), na zona leste, têm a administração da Organização Social de Cultura Catavento.