Durante o 2º Encontro Paulista de Grêmios Estudantis, evento que reuniu nesta terça-feira (25), no Memorial da América Latina, 1,8 mil jovens e educadores de escolas do Estado de São Paulo, um dos temas debatidos pelos presentes, entre eles o governador Márcio França e os secretários de Estado João Cury, da Educação, e Romildo Campello, da Cultura, foi o Projeto Orçamento Participativo Jovem (OP Jovem).
Desenvolvido com a participação dos alunos, em resposta às demandas da rede estadual, o OP Jovem tem como propósito fortalecer o engajamento e a participação dos estudantes no cotidiano e na tomada de decisões de suas escolas. Para isso, mais de cinco mil escolas paulistas recebem R$ 5 mil cada, para investimentos em mudanças e melhorias na qualidade do ensino e dos serviços prestados pelas instituições.
O recurso é destinado mediante o Plano de Ação submetido à Secretaria Escolar Digital (SED), feito pelos estudantes, liderados pela Diretoria Gremista ou Comissão de Estudantes e com o apoio da Direção, Conselho de Escola e APM – Associação de Pais e Mestres.
O repasse é feito via APM ou Diretoria de Ensino, no caso de escolas sem APM ou com APM bloqueada, e se estende a todas as escolas da rede, incluindo as de Anos Iniciais, Anos Finais e Ensino Médio, CEEJA, quilombolas, indígenas e em assentamento.
“O OP jovem vem para carimbar o empoderamento dos jovens, no papel do Grêmio Estudantil. Não só participação, mas de decisão. Esses R$ 5 mil deram um pouco mais de R$ 25 milhões da Secretaria em projetos liderados pelos próprios alunos. Grande parte do valor foi para matéria de consumo e material de manutenção”, comentou Raphaella Burti, coordenadora do projeto Orçamento Participativo e membro da equipe responsável pelo Grêmio Estudantil da Secretaria da Educação.
Para Daniel Felipe, aluno da Escola Estadual Prof. Teruko Ueda Yamaguti, o valor tem menos importância do que a finalidade do investimento. “Muita gente falou que o valor é pouco. Porém, R$ 5 mil por escola vira uma massa grande. A questão é como vão usar esse dinheiro e como vão dialogar com o resto dos alunos. A gente quer ver uma sociedade construída através do diálogo e isso começa dentro da sala de aula”, disse o estudante.
Entre os objetivos do OP Jovem estão resgatar o papel do estudante e sua motivação para aprender e se desenvolver, sentir-se incluído, acolhido, apoiado e não pensar em desistir da escola; fortalecer os grêmios estudantis e a efetiva participação dos estudantes na gestão
escolar, criando oportunidades para que conheçam mais sobre o orçamento público e exercitem
a sua cidadania; sensibilizar dirigentes de ensino, equipes gestoras e instâncias de participação das
escolas (Conselho de Escola e APM) para que estabeleçam diálogo mais próximo, aberto e
consequente com grêmios e estudantes; e melhorar o ambiente e as atividades pedagógicas da escola a partir da visão do aluno, com a contribuição de toda a comunidade escolar.
“Ninguém faz nada sozinho, todos nós precisamos de parceiros. Lá nas suas escolas, seus parceiros são os alunos, seus professores, seus gestores. A ação dentro da escola só acontece se vocês estiverem trabalhando juntos. Por isso, esse trabalho deve ser feito com toda seriedade e todo carinho. Esse espaço é para mostrar que os Grêmios vieram para construir e dar força à escola”, ressaltou Sônia Brancarion, membro da equipe responsável pelo Grêmio Estudantil da Secretaria da Educação.
O governador Márcio França apoiou a iniciativa e enfatizou sua importância na construção de uma escola mais próxima do desejo dos estudantes: “Não custa nada ouvir os alunos e, da sugestão deles, encontrar uma nova fórmula. Muitas vezes, com essa ideia de que eles estão sempre rebeldes, que não podem ser ouvidos, a gente acaba afastando, dá impressão que são nossos adversários. Mas eles são nossos aliados, nós fazemos tudo isso para que eles tenham uma escola atraente, e para ser atraente que tem que ouvir os alunos.”
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