Em meio à situação caótica após o incêndio seguido de desabamento do edifício de 24 andares no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, no último dia 1º de maio, as vítimas da tragédia estão encontrando apoio do Poupatempo para recomeçarem suas vidas.
Além de senhas preferenciais para atender 30 moradores durante a semana, desde a última sexta-feira (4) já foram emitidos 36 RGs e duas Carteiras de Trabalho e mais de cem estrangeiros foram encaminhados para a Polícia Federal para recuperar o Registro Nacional de Estrangeiro (RNE).
Os que não têm a Certidão de nascimento estão sendo encaminhados para a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (ARPEN-SP), que também está atendendo os moradores no abrigo da Prefeitura no Viaduto Pedroso, no centro da capital.
Com documentos em mãos, os moradores que estão no cadastro da Prefeitura podem receber o benefício do aluguel-social para recomeçar a vida após a tragédia.
Funcionários do Poupatempo Sé estão desde sexta-feira (4) fazendo plantão no Abrigo Municipal que funciona sob o Viaduto Pedroso, no centro de São Paulo. Os moradores que precisam tirar documentos são levados até o Poupatempo Sé e depois voltam para o abrigo.
Nicole Aparecida Costa Moura, de 11 anos, estudante da quinta série, foi ao Poupatempo Sé com a mãe, Alceni Martins Costa. “Só deu tempo de pegar o chinelo e descer correndo de pijama”, conta Nicole. Ela e a mãe já estão com o protocolo de atendimento para retirar o RG até o fim da semana.
Antonio Jerônimo dos Santos, cearense que morava há oito meses no edifício Wilton Paes de Almeida, levou a filha Bruna, de 12 anos, e Jhonatan, de 9 anos, para tirar o RG. Eles perderam todos os documentos, roupas e mobília no incêndio.
A cineasta Denise Zmekhol, filha do arquiteto Roger Zmekhol (1928-1976), que projetou o edifício Wilton Paes de Almeida está fazendo um documentários sobre a torre concluída em 1968 e destruída pelo incêndio na madrugada do dia 1º de maio.
O título do filme será “Pele de Vidro”, nome pelo qual a construção era conhecida. Ela esteve nesta segunda-feira, 7, no Poupatempo Sé, para acompanhar o atendimento das vítimas do incêndio. “Foi como se meu pai morresse outra vez”, disse Denise à Folha de S.Paulo sobre a tragédia.
