#OutubroRosa: câncer de mama é o mais comum entre brasileiras

Segundo o Inca, estima-se que 59.700 casos novos de câncer de mama no Brasil durante o biênio 2018-19

ter, 30/10/2018 - 12h12 | Do Portal do Governo

Outubro é o mês de promover a prevenção contra o câncer de mama. A importância da campanha #OutubroRosa é explicada pelo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Segundo o Instituto, estima-se que 59.700 casos novos de câncer de mama no Brasil durante o biênio 2018-19, com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer também é o primeiro mais frequente nas mulheres das Regiões Sul (73,07/100 mil), Sudeste (69,50/100 mil), Centro-Oeste (51,96/100 mil) e Nordeste (40,36/100 mil). Na Região Norte, é o segundo tumor mais incidente (19,21/100 mil)

Alguns cânceres estão diretamente ligados a fatores genéticos, como o de mama. Nesse caso, é preciso procurar um especialista para tentar identificar algum padrão. A família com alteração genética precisa fazer exames mais cedo em relação à população geral. É necessário um rastreamento diferenciado.

Relação com a obesidade

Obesidade e sobrepeso estão associados ao aumento de risco de 14 tipos de câncer, entre eles o de mama (pós-menopausa), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a incidência desses 14 tipos da doença corresponde à metade do total de casos diagnosticados anualmente.

O estudo feito por Leandro Rezende, em colaboração com pesquisadores brasileiros e norte-americanos, calculou a fração atribuível populacional (FAP) do câncer relacionado ao índice de massa corporal (IMC) elevado. A FAP é uma métrica para estimar a proporção do câncer possível de prevenir na população caso o fator de risco (nesse caso, o sobrepeso e a obesidade) fosse eliminado, mantendo os demais fatores estáveis.

De acordo com o estudo, 3,8% dos mais de 400 mil casos diagnosticados anualmente são atribuíveis ao IMC elevado. Verificou-se também que esses registros são mais comuns em mulheres (5,2%) do que em homens. Isso ocorre não apenas pelo fato de a média do IMC ser mais elevada nas mulheres, mas, principalmente, porque três tipos de câncer atribuíveis à obesidade e sobrepeso – ovário, útero e câncer de mama – afetam quase exclusivamente a população feminina.

Segundo a coordenadora do Serviço de Reabilitação do Icesp, Christina Brito, a atividade física regular auxilia na prevenção de 13 tipos de câncer. “Os exercícios são um dos pilares do tratamento oncológico, além de tratar distúrbios do sono e de humor. Trata-se de benefícios para o corpo e a mente”, explica a fisiatra.

“Desde que recomendada pelos médicos, a atividade física melhora a composição corpórea, com benefícios metabólicos e cardiovasculares. Em geral, as contraindicações são pontuais e temporárias”, acrescenta a fisiatra Christina Brito.

Prevenção antes de tudo

Há determinados jeitos de fazer a prevenção de cada tipo de câncer, mas há um consenso na área médica: não somente o de mama, mas todos os cânceres podem ser reduzidos com medidas preventivas ou mudança de hábitos ou exames periódicos mais frequentes, aponta a chefe de oncologia clínica do Icesp (Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), Maria Del Pilar Estevez Diz.

As atitudes a serem tomadas são: uma dieta variada e saudável com muita fruta, verduras, legumes e muita fibra; pouco ou nenhum álcool; zero tabaco; e a manutenção do peso por meio de atividade física regular.

Maria Del Pillar ainda comenta que no mundo há uma significativa redução de mortalidade deste câncer por conta do diagnóstico precoce e de tratamentos eficientes.

O Inca recomenda a mamografia para mulheres a partir dos 50 anos, assim como exames periódicos de rastreamento para verificar lesões pequenas imperceptíveis ao apalpar. Em caso de sentir nódulos, secreção ou mamilo invertido, procurar um médico.