#SP463: Conheça o Pateo do Collegio, onde tudo começou

Marco da cidade foi fundado pelos padres jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta em 25 de janeiro de 1554

seg, 23/01/2017 - 10h03 | Do Portal do Governo

Foi no local conhecido hoje como Pateo do Collegio que a cidade de São Paulo foi fundada, em 25 de janeiro de 1554. Nesse dia, há 463 anos, os padres jesuítas Manoel da Nóbrega e o jovem José de  Anchieta, em sua missão de catequização dos indígenas do planalto, rezaram uma missa e fundaram uma igreja e um colégio, marco da fundação da cidade.

A primeira edificação da capital paulista foi uma cabana feita de pau a pique (barro, bambu e palha) que media cerca de 90 m2 ou de 10 a 14 passos craveiros (medida linear portuguesa da época), como descreveu o padre José de Anchieta. Dois anos depois, o padre Afonso Brás, tido como o percursor da arquitetura no Brasil, reforçou e ampliou a construção original.

Na segunda metade do Século XVI em diante, o prédio passou por várias modificações até a desapropriação da igreja pelo governo, demolição parcial e construção do conjunto que se tornou na primeira sede do Governo paulista. Do que sobrou da edificação original, resta uma parede de barro e taipas, protegida por uma parede de vidro, no prédio que foi reconstruído anos mais tarde de acordo com o projeto de 1667, quando o colégio e a Igreja foram ampliados e os materiais reforçados.

Anos depois, em 1759, os jesuítas, que já haviam sido desalojados do Pateo em 1653 por desavenças com os colonos que discordavam do tratamento dispensado aos indígenas, seriam expulsos de vez de todas as colônias portuguesas pelo Marquês do Pombal. Com a desapropriação, o governo reforma a fachada e modifica a construção para passar a usá-la como sede, em 1765. Em 1896, próximo da demolição da obra, o teto da Igreja desaba por falta de conservação, provocando grande estrondo e assustando a guarda do Palácio.

Primeira sede do governo paulista
Desse período até 1887 a cidade pouco se desenvolveu. O panorama começa a se modificar a partir do dinamismo do Estado com o crescimento da economia cafeeira e das riquezas criadas em decorrência desse fato.

Em 1886, o arquiteto Ramos de Azevedo, de seu escritório em São Paulo, inicia a construção de várias obras nos arredores do Colégio e da Igreja. Dois prédios remanescentes dessa a época, servem atualmente de sedes para a Secretaria da Justiça e da Cidadania. Na época, foram construídos para dar abrigo à Secretaria da Agricultura e à Tesouraria do Estado. Com a restauração concluída mais recentemente no final de 2015, eles fazem parte do conjunto arquitetônico da centro histórico de São Paulo.

Enquanto sede do Governo, havia no local uma ala construída para servir de residência para chefes de Estado. Demolida em 1908, ela serviu de morada para imperadores e presidentes da Província de São Paulo. D. Pedro I esteve hospedado lá, durante onze dias, a partir de 25 de agosto de 1822. No dia 7 de setembro daquele ano, às margens do córrego do Ipiranga, o imperador proclamaria a Independência do Brasil.

Em 1929, o Pateo do Collegio, que com a expulsão dos jesuítas passou a ser conhecido como Largo do Palácio, volta a ser chamado pelo seu nome original, com a transferência do Palácio, no ano seguinte, para os Campos Elíseos.

O Colégio e a Igreja do Pateo do Collegio retomariam as suas formas originais somente em 1954, a partir de um projeto elaborado em função de abaixo-assinado pedindo a reconstrução dos prédios, por ocasião das festividades do IV Centenário da Cidade de São Paulo. Naquele ano, as edificações também foram restituídas a Companhia de Jesus.

Monumento aos fundadores
O centro histórico de São Paulo merece um bom passeio a pé, a começar pela própria Igreja e e o Prédio do Colégio. O lugar é muito agradável e bem decorado, com restaurante e uma charmosa cafeteria, ideal para tomar um bom café durante a tarde. Há ainda no local, um museu de peças de arte sacra e o Museu Anchieta, com detalhes da vida do padre José de Anchieta, canonizado em 2014 pelo Papa Francisco. Na Biblioteca Padre Antonio Vieira, pesquisadores e estudiosos têm acesso a documentos sobre a História do Brasil e da Companhia de Jesus.

Para apreciar a região, basta estar atento aos prédios ao redor e se deixar admirar pela arquitetura vista em estilo neo-classista, misturado ao estilo colonial do Colégio e da Igreja. O cenário rende boas fotos, tanto para o fotógrafo amador quanto o profissional.

Reformas de urbanismo também foram feitas no entorno com o passar do tempo. Observe no centro do Pateo  o monumento “Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo”. A obra instalada no local em 1922, fruto de um edital de concurso público, é  do escultor italiano Amadeo Zani (1869-1944) e seria  inaugurada somente três anos depois. É uma coluna em forma de pedestal em granito, de 24 metros de altura com a escultura em bronze de uma mulher no cume representando a cidade de São Paulo com um gesto de coroação na forma de uma homenagem aos fundadores de São Paulo.

Em uma das mãos, ela traz uma tocha e na outra um ramo de flores e uma foice, representando o amor pela cidade, a glória e o trabalho. Na base do monumento, há a representação da primeira missa com imagens do Padre Anchieta e do cacique Tibiriçá, representante dos indígenas.

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