Virada Cultural em SP terá shows de A a Z e muita nostalgia

O Estado de S.Paulo - Quarta-feira, 11 de abril de 2007

qua, 11/04/2007 - 12h00 | Do Portal do Governo

De O Estado de S.Paulo

Confira a programação completa

De A a Z, ou melhor: de Alceu Valença a Zélia Duncan. A 3ª Virada Cultural de São Paulo terá um pouco de tudo e muito de nostalgia, como se vê na programação anunciada ontem pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). Há cerca de 350 atrações já confirmadas em 65 pontos da cidade, que vão ocorrer ininterruptamente nos dias 5 e 6 de maio. A festa será aberta com Alceu Valença, na Praça da Sé, às 18 horas de sábado, e termina com Zélia Duncan, no mesmo horário do dia seguinte, no Boulevard da Avenida São João e no Vale do Anhangabaú.

Espera-se um público de 1,5 milhão de pessoas, para assistir a shows gratuitos de rap, reggae, samba, música instrumental e eletrônica, sem contar os espetáculos de teatro e dança (veja os destaques no quadro ao lado). ‘Será um evento democrático, para todos os gostos’, afirmou o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil. Segundo ele, a coincidência de datas com o Skol Beats – festival de música eletrônica que ocorre nos dias 4 e 5 no Parque do Anhembi, zona norte – não vai atrapalhar. ‘É um evento complementar, de uma tribo específica. E é pago.’

Uma novidade neste ano é que vários artistas vão reproduzir, nos shows, algum disco antigo, dando tom saudosista à Virada. Alceu Valença, por exemplo, vai cantar as faixas do LP Espelho Cristalino, de 1977. A banda Nação Zumbi vai reviver Da Lama ao Caos, de 1993, quando o líder ainda era Chico Science. E o Zimbo Trio reinterpreta, com Fabiana Cozza, O Fino do Fino, de 1965, à época com Elis Regina no vocal. A idéia veio do diretor da programação, José Mauro Gnaspini. ‘São discos que ouço sempre. Os músicos toparam porque nem sempre podem relembrar esses álbuns, verdadeiros ícones.’

Gnaspini ressaltou que manteve alguns clássicos paulistanos, como a banda Premeditando o Breque, mas optou por priorizar músicos e grupos teatrais de outros Estados. ‘São Paulo tem gente de todo lugar. Nada mais justo que dar opções a esse público.’ Aliás, pela primeira vez a Virada terá atrações internacionais. Um dos destaques é o cantor de reggae jamaicano Andrew Tosh.

Como nas duas edições anteriores, a maioria das atrações ocorrerá no centro. Em relação a 2006, a única grande mudança de local foi a saída do Parque do Ipiranga, por causa das reclamações de moradores com o barulho durante a madrugada. No entanto, a pulverização aumentou, com a instalação de quatro palcos ‘cardeais’, cada um em uma zona da cidade: Parque da Juventude (norte), Pedreira (sul), Guaianases (leste) e City Jaraguá (oeste). A Prefeitura quer aproveitar a experiência das ‘quebradas culturais’, espécie de miniviradas realizadas desde o final do ano passado em três regiões periféricas da capital a cada 15 dias. A descentralização é reforçada com alguns espetáculos em 21 Centros Educacionais Unificados (CEUs). E unidades do Sesc também abrigarão shows.

NÚMEROS

O prefeito não soube informar o efetivo policial para a Virada, mas garantiu que não haverá problemas de segurança. Em 2006, a festa quase foi cancelada, por causa dos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Até o fim de semana da Virada, o número de atrações deverá se aproximar das cerca de 500 do ano passado, mas a vinda de artistas de mais renome fez o custo da festa aumentar, de R$ 3 milhões para cerca de R$ 3,5 milhões. Só de cachê são cerca de R$ 2 milhões. O presidente da SPTuris, Caio Luiz de Carvalho, espera que pelo menos 150 mil turistas venham curtir a festa, mesmo número de 2005.