Viagem pode beneficiar o porto-indústria

A Tribuna - Santos - Quarta-feira, 19 de maio de 2004

qua, 19/05/2004 - 9h14 | Do Portal do Governo

Da Reportagem

O secretário estadual de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles, defendeu a promoção de acordos para a implantação do porto-indústria, a partir da missão à China.

‘‘(A idéia) é que possamos trazer produtos da China para que possamos terminá-los aqui. Transformar os portos de São Paulo numa plataforma reexportadora para a América do Sul, ou mesmo importadora para o Brasil’’

O secretário argumenta que o objetivo será também fazer o caminho inverso. ‘‘Agregar valor a produtos que hoje estamos exportando como matéria-prima. Levá-los semi-acabados para portos chineses onde poderíamos terminar em sociedade com empresas do país’’.

Estudos do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) dão conta de que as plataformas portuárias industriais podem criar na região cerca de 5 mil postos de trabalhos diretos, além de outros 15 mil indiretos.

Soja

O secretário Meirelles aproveitou a ocasião para falar de agronegócio. O Brasil, na condição de primeiro exportador mundial de soja e segundo entre os produtores, é o principal fornecedor do produto agrícola à China.

E, segundo o secretário, o recente veto chinês a dois carregamentos de soja brasileira, ambos embarcados pelo porto de Rio Grande (RS), não deve redimensionar o volume de importações do país asiático para o produto. Em 2003, a China comprou 6 milhões de toneladas de soja.

‘‘O que os chineses fizeram está previsto na Convenção Internacional de Proteção de Plantas (CIPP). Isto não prejudica (as exportações futuras), ao contrário reforça a seriedade com que nós temos que tratar o comércio internacional’’.

A China recusou receber dois carregamentos de 110 mil toneladas do grão sob a alegação de que continham sementes tratadas com fungicida. As empresas exportadoras da carga são Bianchini, Irmãos Trevisan, Noble Grain e Cargill Agrícola.

Na semana passada, o governo chinês afirmou que não permitiria mais a entrada de soja no país comprada dessas empresas.

A Cargill Agrícola, com terminal na Margem Esquerda do estuário (em Guarujá) também exporta soja pelo porto. Procurada pela reportagem, a empresa diz que ainda não mensurou os impactos que o veto chinês poderá causar aos embarques pelo cais santista.

A Cargill não informou quanto do produto sai pelo porto rumo ao país asiático, nem se algum contrato foi cancelado. Conforme A Tribuna apurou, o terminal exportou para diversos países no ano passado 2 milhões 207 mil toneladas de soja em grão, e 1 milhão e 102 mil toneladas de farelo de soja.