Verba estadual garante novos atrativos na área de turismo

A Tribuna - Santos - Segunda-feira, 8 de dezembro de 2003

seg, 08/12/2003 - 10h39 | Do Portal do Governo

Pedro Cunha, da Sucursal de São Vicente

Desenvolver o turismo, com a realização de obras importantes nas cidades litorâneas. Essa é a meta do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), órgão do Governo do Estado, que desde 1996 já direcionou mais de R$ 99 milhões 500 mil à Baixada Santista. Para municípios com baixa arrecadação, como São Vicente, os benefícios vão muito além, pois cada novo empreendimento resulta em grande transformação social.

Um dos exemplos mais claros é a orla do Canal dos Barreiros, na Cidade Náutica. Com uma paisagem de fundo composta por áreas de mangue e a Serra do Mar, o local sempre teve potencial turístico, mas permanecia estagnado por falta de uma estrutura mínima de lazer. A mudança se deu no ano passado, quando o Dade aprovou a liberação de uma verba de R$ 200 mil para o projeto da Prefeitura de urbanização da Avenida Eduardo Dias Coelho.

Há alguns anos, a orla do canal recebia apenas alguns pescadores nos finais de semana, além de pessoas atraídas pelo tradicional Bar do Sargento e seus pratos à base de frutos-do-mar. Ontem, a visão era bem diferente. Enquanto crianças brincavam no parquinho, jovens preparavam-se para uma partida de futebol na quadra poliesportiva e casais admiravam a paisagem sentados nos bancos.

‘‘Antigamente, a criançada só podia se aventurar no mangue ou jogar bola na rua. Agora, dá gosto trazer meu filho para brincar aqui’’, comenta o motorista Paulo Vinícius Coelho.

Valorização

Mais do que oferecer entretenimento aos turistas e moradores, as melhorias proporcionadas pelo Dade estão gerando a valorização imobiliária na região. Com melhor iluminação, a Dias Coelho tornou-se forte referência dia e noite. ‘‘Está difícil encontrar casa ou terreno para comprar. E, se existir, está com o preço lá em cima, pois a procura é cada vez maior’’, disse Luiz Valdo Lopes Cavalcante, o Sargento.

Um dos fundadores do bairro, ele sempre defendeu a idéia de transformar a área em um ponto turístico. ‘‘O prefeito mostrou que, com vontade, pode-se mudar as coisas, mesmo que o dinheiro seja pouco’’. Para os moradores, a única deficiência é a falta de uma base da Polícia Militar ou da Guarda Municipal, bem como uma cerca para impedir que crianças pequenas caiam no Canal dos Barreiros.

Parque Bitaru

Com verba de aproximadamente R$ 2 milhões 600 mil aprovada desde 2001, o Complexo de Eventos e Convenções da Costa da Mata Atlântica, no Parque Bitaru, tornou-se pólo de geração de empregos indiretos, com o enorme número de visitantes que atrai a cada evento. No dia 29 de novembro, por exemplo, mais de cinco mil pessoas compareceram ao show do Fala Mansa, realizado no local.

Município deverá receber mais R$ 3 milhões em 2004

Para 2004, diversos projetos do Dade deverão beneficiar outras áreas de São Vicente como as margens da Linha Amarela e da Rodovia dos Imigrantes. Seguindo a média dos anos anteriores, São Vicente deverá receber algo em torno de R$ 3 milhões.

O diretor-técnico do órgão, Ronaldo Assumpção, explica que a regra básica é ‘‘quanto maior o município, maior a verba’’, mas há uma compensação. ‘‘O governador aplica em um fundo o valor correspondente a 10% da arrecadação de cada uma das 67 estâncias balneárias do Estado. Metade do montante é distribuído igualmente, beneficiando as áreas mais carentes’’. A outra parte, é proporcional ao que cada uma arrecada.

Além das transformações turísticas, econômicas e sociais, a verba do Dade garante outros benefícios para as oito estâncias balneárias da Baixada Santista (Cubatão não se enquadra nessa classificação). Conforme Assumpção, a aplicação dos recursos é de livre escolha das prefeituras e não exige qualquer contrapartida.

O prefeito de São Vicente, Márcio França, revela que a verba estadual é muito bem recebida pelas estâncias. Não obstante, ele observa que o repasse financeiro pode ser encarado como um direito das cidades litorâneas, por receberem grande volume de turistas. Isso, conforme comentou, gera maior arrecadação em impostos ao Estado e à União, mas, muitas vezes, cria um ônus aos moradores.