Velocidade máxima no Rodoanel

Jornal da Tarde

ter, 23/11/2010 - 15h00 | Do Portal do Governo

 

Um Rodoanel totalmente pronto – com os quatro trechos concluídos – e onde é permitido apostar corrida sem qualquer limite de velocidade. Foi assim que estudantes do ensino médio foram apresentados a maior obra do governo do Estado, na manhã de ontem. O Rodoanel que os garotos conheceram é um misto de autorama e maquete montado na sede da estatal responsável pela obra, a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), no Itaim-Bibi, zona sul da capital.

O intuito da visita, além da diversão, é apresentar a obra à jovens com idade acima de 14 anos de escolas públicas e privadas. “É uma possibilidade deles terem uma ideia do tamanho do empreendimento. Tem a parte lúdica, mas o interessante é mostrar a obra que está para sair e seus impactos”, explica o gerente de comunicação da Dersa, Márcio de Luca.

Para os responsáveis pelo grupo de 15 alunos da Escola Estadual Doutor Alberto Cardoso de Melo Neto, da zona norte da capital, o assunto chama atenção pela multidisciplinaridade do tema, além da relação com o cotidiano. “Pode ser abordado em disciplinas como geografia, biologia e história. Além disso, muitos alunos moram em locais onde o Rodoanel passará perto”, explica a coordenadora pedagógica da escola, Thelma Mendonça Costa. O anel viário interligará dez rodovias estaduais e federais que chegam à capital paulista. Os trechos sul e oeste já foram entregues e a previsão da Dersa é que até o final de 2014 a obra seja finalizada.

A visita monitorada tem a brincadeira no autorama, exibição de vídeos institucionais e palestra sobre educação ambiental que tenta mostrar como os impactos de uma obra como o Rodoanel são tratados, além de falar sobre as atitudes sustentáveis. O monitor e biólogo Guilherme Domenichelle avalia que as grandes obras estão vinculadas à ideia de grandes impactos ambientais. “Tentamos mostrar que é possível equilibrar desenvolvimento e sustentabilidade.”

Para os alunos, o bacana do circuito foi mesmo o autorama. “A parte mais legal foi dos carrinhos e da maquete”, diz o estudante Luiz Felipe Santana, de 16 anos. Mas ele não esquece da importância do lado ambiental. “Deu para entender melhor a questão do meio ambiente, que não adianta somente a atitude de uma pessoa. Precisa ser de todos.”

Sobre os danos ao meio ambiente, especialistas como o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Calos Bocuhy, avaliam que os processos compensação ambiental devem ser vistos com cautela. “Do ponto de vista numérico, os dados de preservação e compensação impressionam, mas do ponto de vista biológico é questionável. A mata atlântica devastada para fazer a obra demorou 100 anos para chegar naquele estágio. Há o replantio, mas só daqui cem anos teremos aquilo de volta”, avalia.