Equipamentos visam coibir entrada de drogas, armas e celulares
Taubaté/AE
Quatro presídios de segurança máxima do Vale do Paraíba irão receber aparelhos de raios-X para coibir a entrada de celulares, armas e drogas a partir de janeiro de 2005.
A compra de 30 aparelhos, em caráter de emergência, foi anunciada anteontem pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo o coordenador de Estabelecimentos Prisionais do Vale do Paraíba, Carlos Alberto Corade, as unidades escolhidas na região para receber os equipamentos foram a penitenciária Doutor Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé, o CDP (Centro de Detenção Provisória) de São José e as duas penitenciárias compactas de Potim.
A instalação dos aparelhos de raios-X será por ordem de prioridade, começando pela P1 de Tremembé. Juntas, as quatro unidades possuem mais de 4.500 presos para 2.798 vagas.
Corade disse que a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) ainda não tem cronograma com datas para recebimento dos equipamentos.
‘Todos os jumbos (mantimentos levados pelos familiares dos presos) que entrarem nas unidades passarão pelo aparelho e assim poderemos detectar celulares, serras, tudo’, disse.
O coordenador afirmou que os critérios de escolha das unidades foram população carcerária, presos considerados de alta periculosidade e número de apreensões de celulares e drogas.
Corade afirmou a entrada de entorpecentes –que não são flagrados pelos detectores de metais– será impedida com o uso do aparelho de raios-X.
‘Vamos pegar o entorpecente porque tem uma massa diferente. Por exemplo, se for colocada droga dentro de um maço de cigarro, a cor do fumo vai ser diferente da droga no aparelho’, disse.
COMPRA – De acordo com a SAP, o governo possui recursos para a aquisição imediata de 30 equipamentos, que serão divididos entre as seis coordenadorias do Estado.
Segundo a secretaria, a compra será feita em dezembro por meio de ‘pregão’ e a empresa vencedora terá 30 dias para instalar o equipamento. Com isso, até janeiro todas unidades estarão com os aparelhos instalados.
Hoje há aparelhos de raios-X instalados na Penitenciária de Araraquara e no CDP de Suzano. Cada equipamento tem um custo de R$ 100 mil.
VAZAMENTO – Alckmin admitiu que é impossível eliminar totalmente o problema apenas com uso de bloqueadores de celulares.
‘Nós começamos a instalar os bloqueadores, mas infelizmente não temos ainda a tecnologia para bloquear de maneira efetiva essa comunicação. Uma coisa é um bloqueador numa sala de teatro, numa sala de cinema, que é uma sala. Outra coisa é uma penitenciária, que é uma cidade’, afirmou.
Um exemplo da ineficiência do detector é no CDP de São José dos Campos, onde a SAP registra o maior índice de apreensão de drogas e celulares no Vale.
O método mais conhecido é entrar com drogas, celulares e carregadores embalados em camisinhas e introduzidos na vagina. No mês passado, no entanto, os agentes descobriram que os presos estavam usando o Sedex para receber drogas via Correio.
