Usuários de trem aprovam a programação musical

Diário de S. Paulo - 9/5/2002

qui, 09/05/2002 - 10h40 | Do Portal do Governo

As 21 faixas de MPB tocadas na Linha Osasco-Jurubatuba são executadas em vários ritmos, como samba e tango Os passageiros que utilizam diariamente os trens da Linha C (Osasco-Jurubatuba) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) aprovaram a nova programação musical estreada pela empresa ontem. A partir de agora, todos os trens da linha passarão a tocar 21 faixas de MPB especialmente escolhidas pelo assessor cultural da companhia, o jornalista Assis Ângelo.
O professor André Luís da Silva, de 33 anos, acredita que é uma boa idéia adotar MPB na programação dos trens. “Hoje em dia, nós temos tão pouco acesso a música de qualidade nas rádios que acho importante criar essa opção, mesmo que todas as pessoas não percebam a música por estarem viajando de trem”, disse.

Para a auxiliar administrativa Paula Pires, de 32 anos, é importante ter música nos trens. “Apesar de MPB não ser meu gênero preferido, eu acho que é importante colocar a música, porque ajuda as pessoas a relaxar durante a viagem”, comentou ela.

O juiz de futebol André da Silva Lorenzo, de 31 anos, afirmou ser fã da canção “Trem das Onze”, gravada pela primeira vez em 1964 pelo conjunto Demônios da Garoa, uma das 21 músicas selecionadas para a programação da CPTM. “É um clássico, uma música muito bonita”, opinou.

Gênero
Segundo Assis Ângelo, que passou seis meses pesquisando cerca de 200 músicas para selecionar a nova programação da CPTM, as canções escolhidas mostram um pouco de vários ritmos. “Temos músicas de 1930 aos dias atuais, em gêneros como samba, foxtrote e tango. É uma seleção bem variada. O mais importante é que todas elas têm um ponto em comum: abordam a história dos trens. Esse é o nosso objetivo: contar a história da ferrovia brasileira através da nossa música”, explicou o assessor.

Ainda segundo Assis, a idéia é estender o programa para todas as linhas nos próximos dois meses. “Nós vamos estar fazendo pesquisa com os usuários de trem para saber se houve ou não aceitação do público. Se o usuário gostar da idéia, vamos ampliar o projeto”, disse ela.