USP treina professores para combater violência

Gazeta de Ribeirão

qua, 25/03/2009 - 12h08 | Do Portal do Governo

Universidades de RP e São Carlos vão criar núcleo para professores de Catanduva identificarem abusos.

Especialistas de universidades públicas de Ribeirão Preto e São Carlos irão treinar professores de Catanduva para identificarem sinais de agressão física e psicológica em alunos. O curso de capacitação será feito a pedido do Ministério da Educação (MEC), que considerou o município área de risco após as recentes revelações sobre uma possível rede de pedofilia na cidade.

O trabalho será realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O MEC deve estabelecer as diretrizes para a intervenção em uma reunião na próxima semana.

Segundo a professora Lucia Cavalcanti de Albuquerque Williams, coordenadora do Laboratório de Análise e Prevenção da Violência (Laprev) da UFSCar, a ação faz parte do projeto nacional Escola que Protege, para prevenção de maus-tratos contra criança.

‘Faremos a capacitação de 1,3 mil professores do Estado, entre eles os de Catanduva, que entraram para a lista por causa desse esse evento lastimável, mas o maior volume é de Campinas e da Grande São Paulo’, disse Lucia. A coordenadora afirmou que Ribeirão e São Carlos não estão cotadas para o treinamento, que será ministrado por 35 docentes, por não estarem na rota da prostituição infantil.

De acordo com o psicólogo Sérgio Kodato, coordenador do grupo Observatório de Violência e Práticas Exemplares da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da USP, os docentes aprenderão a encaminhar casos de violência para os conselhos tutelares e a dar assistência às famílias e vítimas.’Querem que a gente comece a criar esse núcleo de capacitação para tornar a questão, a partir desse escândalo, uma discussão permanente no muncípio’, disse Kodato.

A assessoria da Prefeitura de Catanduva informou que a UFSCar ainda não marcou uma data, mas já teria feito contato para apresentar o programa. Segundo a administração, a rede estadual não teria sido informada ainda, mas há interesse do sistema municipal de ensino em participar.

Núcleo de RP vai atrasar

A implantação de núcleos de prevenção à violência contra criança e adolescente em Ribeirão Preto e região pela USP estava prevista para este mês, mas vai atrasar. Segundo o programa Escola que Protege, do Ministério da Educação (MEC), o repasse de recursos para as universidades estaduais participantes é diferente do feito para as federais e os pedidos tiveram que ser adequados às planilhas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que responde pela transferência de verbas nesses casos.

Assim que as informações forem atualizadas e reenviadas, a USP deve receber as novas orientações do FNDE para estabelecer o vínculo.O professor Sérgio Kodato, da FFCL, disse que na próxima semana já deve ter ‘notícias melhores’, mas que uma nova data só será definida após a solução dessa parte burocrática.

A ideia é que os docentes tenham uma carga de 40 horas presenciais e 20 horas à distância. A previsão é de que, com uma verba estimada em R$ 250 mil, a USP organize núcleos de treinamento em dez cidades, sendo três em Ribeirão – o dinheiro será usado para produção de materiais. Em São Carlos, a UFSCar possui um núcleo em funcionamento há um ano.