USP terá base de estudo na Serra do Mar

Centro interdisciplinar voltado para pesquisas sobre Mata Atlântica quer atrair pesquisadores estrangeiros; custo é estimado em R$ 2,5 milhões

seg, 21/11/2011 - 15h20 | Do Portal do Governo

O Estado de S. Paulo

A Universidade de São Paulo (USP) vai construir uma unidade de estudos no pé da Serra do Mar para atrair estudantes e pesquisadores estrangeiros, de diferentes áreas de atuação, interessados em projetos sobre a Mata Atlântica. Será a primeira base científica nesse modelo em todo o País. A expectativa da universidade é que o centro, com custo estimado em R$ 2,5 milhões, seja concluído até 2013.

O tema central do futuro polo da USP será a Mata Atlântica, mas o objetivo da instituição é que ele atraia pesquisadores de vários perfis.

“O tema é a floresta, mas caberá qualquer enfoque, como geologia, biologia, clima, solo e educação, entre outros”, explica o professor Wellington Delitti, coordenador de Gestão Ambiental da universidade.

Uma comissão com membros de várias unidades da USP será formada para definir os detalhes do regimento da base. Mas a presença de estrangeiros no prédio que ficará no meio da mata já é uma das prioridades. “Cada estrangeiro que vier deverá ter um parceiro brasileiro para seu projeto de pesquisa”, afirma Delitti.

Além do prédio de pesquisas, a nova unidade receberá um alojamento para abrigar estudantes da universidade ou visitantes de outros Estados e países, refeitório e estacionamento. A base científica será construída sobre passarelas elevadas, de modo a causar o menor impacto ambiental possível.

A unidade contará ainda com tecnologia para geração de energia por meio de fontes renováveis, como painéis de teto solar, além de estação de tratamento de água.

O reitor da USP, professor João Grandino Rodas, classifica o projeto como “fundamental” para a universidade. “A Superintendência de Gestão Ambiental realizou um dos projetos mais inventivos da USP.” A instituição possui 42 unidades de ensino e pesquisa e 6 centros e institutos especializado.

Ocioso. O terreno tem cerca de 30 mil metros quadrados e fica no município de São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo – próximo à interligação das rodovias Anchieta e Imigrantes. A área, a cerca de 41 quilômetros do centro, foi doada ao Instituto de Biociências da USP em 1953. Localizado bem no início do trecho de Serra da Anchieta, o local totalmente coberto pela mata permaneceu ocioso até hoje e nunca teve um uso definido.

O plano inicial é que as obras não consumam recursos do orçamento próprio da universidade. A Superintendência de Gestão Ambiental, responsável pela execução do projeto, procura investidores privados para completar o financiamento.

O órgão informou que já há conversas adiantadas com empresas interessadas em uma parceria com a USP. O reitor, entretanto, garantiu que o empreendimento não depende apenas desses esforços e não ficará no papel. Caso a participação da iniciativa privada não seja suficiente para arcar com os custos, a USP o financiará com seu orçamento. “A universidade entende que a busca dessa participação privada não deve retardar esse projeto”, completa ele.

Universidade tem 11 obras em andamento

A Universidade de São Paulo (USP) toca simultaneamente 11 projetos de novos prédios e reformas, com previsão de gastos de R$ 60 milhões por ano até 2013. As obras se concentram no principal câmpus da USP, no Butantã, na zona oeste da capital paulista. 

Está prevista para 2012 a conclusão da Biblioteca Brasiliana e do prédio da reitoria antiga, que está sendo totalmente repaginado. Mas os mais aguardados ainda não começaram a sair do papel: um centro de difusão internacional, novas instalações da Faculdade de Educação e da Escola de Comunicação e Artes (ECA) e a reforma da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).

A FFLCH deve ter a construção de um novo prédio, a ampliação do bloco destinado aos professores e a revitalização dos espaços, com a criação de praça de acesso. O custo dessa obra é estimado em mais de R$ 13,5 milhões. O novo projeto da ECA buscará a integração de todos os departamentos da unidade que estão em espalhados em prédios improvisados. Considerado o mais significativo dessa esteira de obras da instituição, a escola ainda contará com um centro cultural de 36 mil m2.

O ritmo acelerado de obras na USP tem sido tocado pelo reitor, João Grandino Rodas. “Uma universidade de ponta como a USP não pode descuidar de sua infraestrutura se desejar manter-se e melhorar nos rankings internacionais e participar ativamente nas pesquisas feitas pelas grandes instituições.”

A essas obras ainda se somam projetos de iluminação dos câmpus, que devem fica pronta até o ano que vem. Também estão planejados ou já em obras novos centros de convenções nas unidades de São Carlos, Piracicaba e também da capital paulista.

Recursos. O orçamento da USP teve um salto de 20,7% entre 2010 e 2011 – a universidade recebe parcela fixa dos impostos paulistas. Os recursos destinados a obras aumentou 160%, totalizando R$ 84 milhões.

Mesmo beneficiada com o crescimento da arrecadação estadual, a USP precisou calcular os recursos para tirar do papel todos os projetos. “Fez-se um levantamento de todas as disponibilidades passadas e ainda não utilizadas pela universidade. Depois somou-se as previsões das sobras orçamentárias e de toda a atual gestão”, explica Rodas. “Dessa maneira, todas as obras que foram ou estão prestes a serem iniciadas estão totalmente cobertas.”