USP quer reduzir a burocracia

O Estado de S.Paulo - Segunda-feira, 23 de abril de 2007

seg, 23/04/2007 - 13h11 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

O novo projeto em andamento nas unidades da Universidade de São Paulo (USP) não tem a ver com métodos de ensino, expansão de vagas ou desenvolvimento de pesquisas: a meta da reitoria da instituição em busca da excelência é a desburocratização. Isso quer dizer acelerar e simplificar processos, diminuir etapas para aprovar propostas, exigir menos papéis para requisições, enfim, tornar mais ágil o dia-a-dia da USP.

“Começamos um programa de gestão estratégica e desburocratização para acelerar procedimentos e diminuir a burocracia e o número de etapas exigidas para que algumas coisas possam ser feitas”, explica a reitora, Suelly Vilela. Para isso, a universidade colocou em prática um modelo disponibilizado pelo governo federal de gestão de administrações públicas.

A diferença é que toda a proposta está sendo adaptada para a realidade de uma universidade. “É um projeto sem custo nenhum, apenas uma questão de mudar para melhorar. A burocracia sempre foi alvo de reclamações, as coisas demoram para acontecer no setor público e na universidade não é diferente”, diz a reitora.

CONVÊNIOS

A aprovação de um convênio da universidade com alguma instituição pode demorar, por exemplo, até cinco meses. E os contratos geralmente precisam ser assinados por necessidade ou para obtenção de algum benefício, como no caso do Hospital Universitário com um laboratório de pesquisa.

Esperar tempo demais não é vantagem para nenhuma das partes. Depois de aprovado o convênio, em muitos casos a instituição não acompanha o processo até o fim e, às vezes, nem sabe dos resultados.

“Se você me perguntar quantos convênios a universidade tem, teremos dificuldade em levantar a informação. Isso é um diagnóstico de que precisamos melhorar. Acompanhar todo o processo, a aprovação e os resultados das parcerias. Queremos focar na melhoria do serviço na atividade-meio, que é administração, para melhorar a atividade-fim, que é o ensino, a pesquisa e os serviços que prestamos à comunidade”, complementa a reitora.

Outras áreas que devem ser aperfeiçoadas são a emissão de diplomas, que podem demorar até um ano para serem expedidos, e a contratação de serviços terceirizados, que, segundo a instituição, precisam de um acompanhamento mais efetivo.

AUTO-AVALIAÇÃO

O projeto já começou e a primeira etapa é uma auto-avaliação feita pelos funcionários das unidades. Seguindo um modelo preestabelecido, eles indicam como as coisas funcionam e apontam sugestões para facilitar o trabalho.

“O setor público valoriza mais o processo do que o resultado. Valoriza demais o carimbo, a quinta via, a cópia certificada, o papel protocolado”, diz Paulo Daniel Barreto Lima, diretor do Departamento de Gestão e responsável pelo Programa Nacional de Gestão Pública, do Ministério do Planejamento.

É ele quem ajuda as unidades a implementar a auto-avaliação. “Depois de um ano, repete-se o ciclo para ver onde pode ser mais aprimorado”, afirma.

O trabalho feito é medido numa escala internacional de excelência, com pontuação de 100 a 1.000. Instituições de ensino de países desenvolvidos costumam situar suas pontuações em torno dos 700 ou 800 pontos. No Brasil, a USP vai trabalhar inicialmente com uma média até os 250 pontos.

USP EM NÚMEROS R$ 1,8 bilhão

é o orçamento executado

36 unidades

de ensino e pesquisa existem na universidade

18 órgãos centrais

cuidam da direção e serviço

6 institutos especializados

fazem parte da USP

4 hospitais e serviços anexos são geridos pela instituição

4 museus

são administrados pela USP

39 bibliotecas

existem na universidade

77.205 de alunos

é o total matriculado

45.946 alunos

cursam atualmente a graduação da universidade

24.408 estudam

na pós-graduação

12.186 estudantes

fazem mestrado

12.222 alunos

fazem doutorado