USP muda ingresso para engenharia

Folha de S.Paulo - Terça-feira, 26 de junho de 2007

ter, 26/06/2007 - 11h39 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

Antes, na hora da inscrição, os candidatos tinham como opção apenas engenharia e, quando aprovados, cursavam o ciclo básico de dois anos. A partir de agora a escolha da área será feita no ato da inscrição.

Haverá sete áreas, e o candidato poderá optar por até três delas, em ordem de preferência (confira quadro na página 4).

No caso das engenharias de produção, mecatrônica e de computação/elétrica com ênfase em computação, a escolha será feita no ato da inscrição.

Nas outras quatro áreas, o aluno terá o primeiro ano básico e, ao final deste ano, optará por uma das habilitações possíveis dentro de sua área. O critério será o desempenho acadêmico no primeiro ano da Poli.

Como era

No sistema antigo, ao final do primeiro ano do ciclo básico, os alunos faziam a opção por uma das quatro grandes áreas da engenharia: civil, elétrica, mecânica ou química. A habilitação era decidida somente no final do segundo ano do curso.

Segundo José Roberto Cardoso, vice-diretor da Poli, resolveu-se pela mudança por causa da insatisfação dos alunos e do alto índice de evasão.

“Como ao final do ciclo básico muitos alunos não conseguiam cursar a área desejada, acabavam frustrados e vários desistiam da faculdade.”

Foi o caso do terceiranista da Poli José Oswaldo de Oliveira Neto, 21. Ele conta que seu desejo era cursar engenharia química. No entanto, acabou tendo de fazer elétrica. “Escolheram para mim”, diz. “Fiz dois anos de cursinho para entrar na faculdade. E não vou parar agora porque não dá para começar tudo de novo. Fui vencido pelo cansaço. Meu objetivo é pegar o diploma e, assim como amigos meus, provavelmente irei trabalhar em banco, na parte administrativa.”

A desistência no meio do curso em geral é grande, e o vice-diretor da Poli cita o exemplo da engenharia de produção, com 70 vagas, que costuma ser preferida por mais de 150 alunos. “Pelo menos 80 ficavam de fora e tinham de fazer outro curso.”

Das 750 vagas em engenharia, o vice-diretor da Poli afirma que havia evasão de mais de cem alunos. “As turmas acabavam se graduando com 650 alunos, considerando já aqueles 20 ou 30 transferidos de outras instituições de ensino.”

Para quem está decidido sobre o que quer, como Patrícia Peres Lopes, 17, a mudança deve facilitar. Ela cursa o terceiro ano do ensino médio no Colégio Dante Alighieri, na capital paulista, e tentará uma vaga em engenharia química para depois de formada trabalhar em empresas de cosméticos.

A escolha pela habilitação no final do primeiro ano ela aprova. “Será importante para conhecer as áreas e mais tarde não se arrepender”, diz.

Indecisão

Mas se a nova forma do vestibular dará mais garantias ao estudante de que ele irá fazer um curso na sua área pretendida, ao mesmo tempo também afetará os indecisos.

“Acho difícil escolher sem conhecer bem as opções”, avalia, Maria Fernanda Petri Petto, 17, aluna do terceiro ano do ensino médio do Colégio Bandeirantes, na cidade de São Paulo. Ela pretende estudar engenharia, mas ainda está em dúvida entre elétrica e mecânica. “Vou ler mais sobre cada uma delas antes de me decidir.”